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Maior oferta de voos não traz confiança ao setor no Amazonas

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24/07/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Andréia Leite

O anúncio do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, sobre novas ofertas de voos com a entrada de companhias aéreas estrangeiras no mercado regional refletindo no valor das tarifas das passagens aéreas, a partir de setembro, não trouxe grande otimismo para representantes do setor no Amazonas.

Isso porque, bem mais que ofertar valores acessíveis, o setor considera que Manaus necessita de outras empresas que realizam voos para a região. E Manaus só conta com a operação de três companhias Gol, Latam, Azul Linhas Aéreas. É o que avalia a diretora da Paradise Turismo e presidente de emissivo, Claudia Mendonça.

“Além de tarifas reduzidas, a nossa região precisa de novas opções de voos. Nosso destino, muitas vezes é barrado por conta da distância. As pessoas acreditam que a logística tem um custo alto. Várias empresas sobrevoam a capital. O que a gente precisa é mais condições. Um leque maior de destino, a exemplo de empresas, como Peru e Equador. Por que não ir atrás dessas empresas áreas?”, questiona

Cláudia explica que a logística tem que ser seriamente considerada e estudada e quem tiver à frente dessas decisões sobre a malha aérea, contemple o Estado com mais leques de opções.

Ela espera que haja essa redução real nos valores e que isso reflita nas vendas e no movimento. “O mercado gira. Se eles conseguem enxugar os custos e mostrar que existe essa diferenciação, cria-se uma rotina de segmento para o turismo. É preciso convencer que o turismo é uma grande fonte de manutenção desse país e os grandes centros sobrevivem deste mercado.

Após o pedido de recuperação judicial da Avianca, o que reduziu a oferta de voos no país, o preço das passagens apresentaram forte alta. Entre maio e junho, por exemplo, as tarifas aéreas tiveram alta de 18,98%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

O assessor da ABAV-AM (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Jaime Mendonça, citou que a crise na Avianca imputou uma demanda reprimida. O Amazonas foi afetado indiretamente, embora a empresa não atuasse no Estado, a falta de ofertas de voos diretos, prejudicou o mercado. “Se eu quero ir de Manaus para Porto Alegre , fatalmente eu terei que chegar até São Paulo ou Brasília. E parte dos vôos para quem saem desses destinos, eram operados pela Avianca”. Ele explica que a medida é vista com bons olhos, mas ainda trabalha-se com suposições porque não tem definição de nada. “Só sabemos que foi aberto o capital para as companhias aéreas que podem ter 100% do capital estrangeiro. E que uma companhia registrou interesse de voar no Brasil, fora isso, não temos nada oficial. Não temos nem garantia, se com a abertura para várias companhias, irá melhorar a malha aeroviária na região Norte”.

Ele lembra ainda que as promessas das empresas quando passaram a cobrar pelas bagagens levadas no compartimento de carga, também foi justificada na redução dos preços das passagens, mas isso não foi praticado e acabou engessando o mercado.

Para se ter uma idéia, entre 2017 e 2018, houve um aumento de 6% no preço médio das passagens. Com a MP que liberou a entrada de capital estrangeiro no mercado brasileiro todos previam a suspensão da cobrança das bagagens. O trecho foi vetado por Jair Bolsonaro.

Conforme Mendonça, a oferta de mais voos supostamente terá uma redução nos valores, mas isso depende também de outros fatores como a estabilidade do dólar, as pessoas terem dinheiro para viajar, tudo vai depender que a economia alavanque. “É bom lembrar que para sustentar esses voos, a gente receba também turistas do exterior. Porque a companhia aérea é muito clara. Se o voo não der certo, eles tiram”, ele emenda dizendo que é salutar que venham companhias novas, mas também tem que ter público, preço bom, para gerar demanda e encher esses voos para a coisa ir em frente.

“O Brasil precisa ter mais opções de companhias. O mercado no país é muito maior que dos EUA. E a pouca concorrência sugere preços altos”, salienta o assessor da ABAV-AM.

Por dentro

Segundo o ministro da Infraestrutura, a expectativa é de aumento da oferta de voos com a chegada de novas aeronaves para empresas aéreas que já atuam no mercado brasileiro e a entrada de companhias low cost (de baixo custo) no país.

Na ocasião ele declarou que a possível oferta, vai ter naturalmente um efeito sobre a tarifa. Cenário que deve ser percebido, a partir de setembro. O ministro afirmou que entre três e quatro empresas low cost estão em conversas com o governo para começar a atuar no país. “Temos empresas se estabelecendo no Brasil, com autorização na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), mas até serem operacionais há um caminho, que deve levar entre seis e oito meses”, afirmou.

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