22/10/2019
Fonte: Amazonas Atual
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a reforma tributária para combater a desigualdade e enfrentar o colapso social e da administração pública. “Do ponto de vista estrutural, esta é a reforma mais complexa e mais importante” , disse, em palestra na Universidade Católica de Pelotas (RS). “A sociedade continua pagando muitos impostos, e os serviços públicos continuam piorando”
Segundo Rodrigo Maia, a crise estrutural do Estado brasileiro é motivada pelos
sistemas previdenciário e tributário, que transferem a renda para quem ganha mais.
“No regime tributário, quanto maior a sua renda, menos imposto você paga. Nossa
carga tributária é muito alta para a renda brasileira”
, comentou. “A desigualdade está
crescendo, a renda per capita piorando. O emprego está mais informal e precário.”
Gastos públicos
O papel dos parlamentares, para Rodrigo Maia, deve ser de reorganizar o Estado e
suas despesas. Ele sublinhou os limites para o Orçamento público, de R$ 1,5 trilhão,
que dispõe de apenas R$ 30 bilhões para investimento com recursos próprios. “Todos
os anos, a Previdência tem um crescimento líquido de R$ 40 bilhões. Já as despesas
geradas com o aumento do salário mínimo têm um impacto de R$ 30 bilhões por
ano”
, comparou.
Ele ressaltou que a falta de capacidade para investir não pode ser compensada com
maior endividamento. “A dívida federal chega a 90% do PIB. Países com a mesma
realidade do Brasil têm endividamento com 50%. Aonde o Brasil podia ir com
endividamento, já foi”
, armou.
Maia lembrou de seu apoio à emenda constitucional que limita os gastos do governo.
“A sociedade não pode pagar pelas vontades da política e de gestores de forma
desenfreada. Se a gente não tomar cuidado, todo ano aparece uma lei para aumentar
receita do governo.”
Reforma administrativa
O presidente da Câmara ainda apontou para a necessidade de avançar rápido com a
reforma administrativa. “Precisamos melhorar a eciência do setor público. A
reforma administrativa não é para reduzir salário. Nem temos condição legal para
isso”
, declarou.