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Madeireiros do Amazonas se unem e pedem mudanças em setor para o governo

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07/02/2019

Notícia publicada pelo Portal Acrítica

Joana Queiro

Um documento com reivindicações do setor madeireiro será entregue, hoje, ao Governo do Estado por representantes do polo de Manacapuru. Há uma semana, pelo menos 42 madeireiros se reuniram, no complexo turístico Paraíso D’Ângelo, para discutir medidas para beneficiar o setor. A partir do encontro foi elaborado o documento, que também será apresentado ao Governo Federal.

“Convocamos o setor das indústrias madeireiras de Manacapuru para organizar o segmento madeireiro daqui, que é um dos maiores polos madeireiro do Estado do Amazonas”, resumiu o presidente da Federação dos Detentores e Elaboradores de Manejo e Enriquecimento Florestal e dos Usuários de Produtos da Floresta do Estado do Amazonas (Fedemflor), Sérgio Carlos Nascimento.

Os madeireiros reclamam principalmente da falta de assistência técnica, concorrência com as madeireiras ilegais e de uma suposta “indústria das multas”, assim como o desperdício das apreensões feitas, cuja comprovação de irregularidade chega a demorar anos para sair.

No encontro, Sérgio Carlos Nascimento destacou a importância do setor para a economia do Estado e que os problemas existentes hoje está impedindo o crescimento da atividade, já que recursos, de acordo com ele, existem. “Hoje nós temos a matéria prima legal comprovada para se trabalhar durante dois anos [autorizada] o que está faltando é incentivo”, disse ele.

Plano de ação

O empresário disse que o plano de ação elaborado por eles será levado ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador Wilson Lima, com quem os empresários do polo madeireiro de Manacapuru já têm um encontro marcado hoje, na Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), em Manaus. “Nós vamos aproveitar o momento em que o governador vai apresentar proposta ao setor empresarial e estaremos lá para apresentar a nossa proposta para ele”, adiantou.

Os empresários madeireiros esperam conseguir o apoio do Executivo estadual. “Se ele nos ajudar, nós vamos com a matéria prima, que são os manejos florestais, que hoje está em torno de 1,5 milhão de metros cúbicos, que nós temos aprovados e licenciados para dois anos”, disse, apontando o potencial econômico da atividade para o próximo biênio e a crise pela qual o Estado e o País passam.

Conforme Sérgio Carlos Nascimento, se essa matéria prima chegar à indústria para ser processada, vai gerar, por ano, mais de 100 mil empregos no interior do Estado. “Isso seria mais do que o Polo Industrial de Manaus, gera na capital atualmente 80 mil empregos”, ressaltou. De acordo com ele só em Manacapuru, a ideia é gerar em dois anos 10 mil empregos.

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As reuniões do setor madeireiro iniciaram em Manacapuru pelo fato dela ser um polo estratégico. “Nós estamos planejando fazer uma maratona de reuniões dentro do segmento madeireiro. Vamos fazer reuniões em Itacoatiara, em Novo Aripuanã, em Humaitá, no quilômetro 180 do Matupi, onde o seguimento madeireiro é mais forte”, disse.

Representante do Ibama defende revisão da lei

Hamilton Casara, representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que até pouco tempo era alvo de hostilidade e protesto de empresários e trabalhadores do setor, disse durante a reunião com os madeireiros que o órgão federal e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) foram criados para cumprir a legislação ambiental vigente, “mas que hoje é um novo tempo e que essas leis precisam ser revistas”.

“Precisamos de uma política florestal para que a coisa aconteça. Temos hoje todos os esforços, mas o que é necessário é uma tomada de decisão pelo governo do Estado para que se possa fortalecer estes órgãos para que cumpram o seu papel”, disse.

‘Eles são multados porque desconhecem as infrações’

Os madeireiros dizem que há uma “indústria de multas” do Ibama e Ipaam contra o setor. De acordo com eles, os órgãos “só fiscalizam as madeireiras que estão operando na legalidade”, que seriam multadas e embargadas por motivos que muitas vezes eles desconhecem, o que gera altos prejuízos. Enquanto que, os que estão operando da clandestinidade não são fiscalizados, não sofrem multas e continuam trabalhando.

Um representante do Ipaam presente na reunião dos madeireiros disse que os fiscais não têm tempo para estar procurando madeireiros clandestinos e ilegais, mas que estes precisam ser denunciados, o órgão não tem como chegar a eles. “Temos um setor que recebe essas denúncias e a sociedade precisa denunciar”, disse ele.

O representante do Ipaam destacou que os madeireiros são multados porque muitas vezes não sabem o que é uma infração e propôs a realização de uma palestra para ensiná-los sobre infração e com o trabalhar com o Documento de Origem Florestal (DOF) para que multas sejam evitadas.

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