31/10/2014
O lucro líquido consolidado da empresa de bebidas, que inclui também a participação de acionistas, somou R$ 2,89 bilhões, uma alta de 23% perante 2013.
De acordo com o documento, a receita líquida encerrou o período em R$ 8,624 bilhões, volume 0,9% maior frente ao terceiro trimestre do ano passado. O lucro bruto ficou em R$ 5,668 bilhões, praticamente estável no comparativo anual — alta de apenas 0,14%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 4,089 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 3,2% no comparativo anual. A margem Ebitda recuou de 49,4% para 47,4% no mesmo intervalo.
A companhia divulgou ainda um Ebitda ajustado de R$ 4,096 bilhões no trimestre, com queda de 3,1%. Por este critério, são retirados do cálculo do lucro líquido do exercício os seguintes efeitos: participação de não controladores, despesa com Imposto de Renda, participação nos resultados de coligadas, resultado financeiro líquido, itens não recorrentes e despesas com depreciações e amortizações.
O resultado financeiro líquido mostrou perda de R$ 221 milhões no trimestre, cifra 55,5% menor ante setembro do ano passado. Segundo a empresa, a variação resultou principalmente “de uma receita com juros mais elevada e melhores resultados com instrumentos não-derivativos”.
Desempenho "fraco"
A fabricante de bebidas considerou “fraco” seu desempenho durante o terceiro trimestre. Em relatório da administração que acompanha o balanço, a empresa afirmou que a queda no Ebitda da unidade de cerveja no Brasil é a principal explicação para a performance.
“Não estamos nada satisfeitos com esse resultado, mas, ainda que o ambiente macroeconômico continue desafiador, não vemos o resultado do período como tendência para o nosso desempenho futuro”, disse a companhia. O Ebitda da área caiu 10,1%, para R$ 2,11 bilhões no intervalo.
Entre julho e setembro, o volume de vendas de bebidas chegou a 39,9 milhões de hectolitros — medida que corresponde a cem litros —, uma alta de apenas 0,7%. De acordo com a Ambev, o avanço foi de 1,2% no segmento de cerveja e, em “refrigenanc”, que representa os não alcoólicos, houve queda de 0,6%.
A companhia disse que o comportamento já era esperado. Depois de uma expansão relevante nos volumes de cerveja durante a Copa do Mundo realizada no Brasil, a expectativa era de uma perda de ritmo.
"Dois dígitos baixos"
Apesar de considerar o desempenho “fraco”, a Ambev decidiu manter suas projeções para o acumulado do ano. A companhia revelou que espera um crescimento de sua receita líquida no Brasil ante 2013 perto do teto da meta estabelecida, que vai de “um dígito alto a dois dígitos baixos”.
Na prática, a empresa deixou claro que é mais provável que seu faturamento suba de 10% para mais do que avance apenas algo em torno de 5%. No ano passado, a dona das marcas de cerveja Brahma e Antarctica, entre outras, reportou receita líquida de R$ 34,79 bilhões.
Segundo a Ambev, a retomada do crescimento do setor cervejeiro no Brasil será observada ainda neste ano. No entanto, o grupo admitiu que os investimentos no país serão menores do que os R$ 2,8 bilhões alocados em 2013.
Nas projeções para o ano, consta também que, considerando o mesmo portfólio de produtos de 2013, o custo por hectolitro — medida que significa cem litros — subiria um dígito médio em relação ao ano passado. Isso representa algo em torno de 5% de alta.
Fonte: Valor Econômico