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Líderes reagem a fala de Guedes contra ZFM

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09/09/2019

Notícia publicada pelo portal D24AM

Políticos e autoridades do Amazonas reagiram às declarações do Ministro da Economia Paulo Guedes que, na quinta-feira (5), afirmou que a Zona Franca de Manaus é um modelo “antieconômico e tudo mal feito”. As declarações foram feitas diante de uma plateia de empresários e políticos do Nordeste, ao falar sobre a reforma tributária.

Nesta sexta-feira (6), no encerramento do 1º Fórum de Cidades Amazônicas, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, declarou que respeita o conhecimento econômico do ministro Paulo Guedes e que acredita que ele não tenha agido por má-fé. “Ele [ministro Paulo Guedes] erra em relação à Amazônia, porque simplesmente não conhece a fundo a região na qual eu milito publicamente há 40 anos”, afirmou o prefeito.

“Sei da formação sólida do ministro e da sua capacidade de interpretar os fatos que geram a vida econômica brasileira. Agora, em relação à Amazônia e à Zona Franca de Manaus, ele se equivoca. Porque ele simplesmente não conhece de perto o que se faz. Ele se louva em teorias superadas, antigas, de tempos que passaram, que tentavam fazer passar por maquiagem um esforço que era de verdadeira industrialização”, ressaltou o prefeito Arthur Neto, citando como exemplo a empresa Moto Honda, lembrando que a fábrica tem cerca de 90% de agregação de valor nacional e local.

Arthur disse, ainda, que aceita discutir novas matrizes econômicas para a região, mas que seja por parte das iniciativas dos amazônidas. “Nós conhecemos o que nós precisamos, que é o reforço aos nossos centros de pesquisa, a compreensão de que nossa floresta está em pé aqui e não no Sul do Pará. Por que tanta devastação no Pará? Opção errada, opção equivocada, condenada pelo mundo que foi feita à revelia dos bons paraenses. Nós mantivemos a floresta em pé e isso é um grande serviço à humanidade e não dá para negar, para desligar o Polo Industrial de Manaus dessa conquista”, afirmou.

Preservação

Para o senador pelo Amazonas Eduardo Braga (MDB), afirmou que o ministro distorce dados para colocar os brasileiros, especialmente a classe empresarial, contra o Amazonas. “A ZFM é muito mais que um modelo econômico. Ela equaciona gente, tecnologia e floresta sob uma filosofia que Guedes insiste em não conhecer. Por isso, perseveramos num convite ao titular da Economia: venha conhecer e constatar como é possível prosperar mantendo de pé um dos maiores patrimônios naturais do mundo. Nossas portas estarão sempre abertas”, declarou o senador.

Segundo dados encaminhados na última segunda-feira (2) ao Congresso, o Governo Federal vai abrir mão de R$ 331,18 bilhões de arrecadação em 2020 por conta de renúncias tributárias. Desse total, frisou o senador Eduardo, os incentivos destinados à ZFM não ultrapassam 8,64%.

“Além de gerar renda e emprego para o Estado, a ZFM é responsável pela maior arrecadação federal do Norte”, ponderou o senador Eduardo. Ele lembrou que o Polo Industrial de Manaus também é fundamental para a preservação da floresta amazônica, por oferecer alternativas de trabalho e renda mais lucrativas que atividades predatórias.

O deputado federal José Ricardo (PT) citou estudos apontando que a Zona Franca de Manaus promoveu forte expansão da renda per capita, industrialização acelerada na região, consolidação de parque industrial sofisticado e importante geração de emprego qualificado na indústria de transformação. “Em 1970, no começo da ZFM, a renda per capita de São Paulo (R$17,4 mil) era 7 vezes maior do que a do Amazonas (R$2,4 mil). Em 2010, a renda per capita do São Paulo (R$30 mil) era 1,8 vezes maior do que a do Amazonas (R$17 mil)”, frisou o parlamentar.

Eficiência

Ainda de acordo com José Ricardo, as renúncias fiscais da ZFM caíram de 17,1%, em 2009, para 8,5%, em 2018. “Tudo isto, graças ao forte aumento da arrecadação federal no Amazonas e da eficiência das indústrias localizadas no PIM. A indústria na ZFM agrega mais valor por cada R$ 1,0 produzido do que a indústria de transformação brasileira. Portanto, tudo ao contrário do que o Ministro Guedes afirma e que parece mais uma defesa dos interesses do sudeste, onde estão concentrados mais da metade dos gastos tributários do país”.

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou que o ministro, com as recentes declarações, deixou claro suas intenções. “Ele é visceralmente contra a Zona Franca de Manaus. Toda hora e todo instante, na primeira oportunidade, ele resolve agredir o modelo que é o único de preservação ambiental que deu certo na Amazônia. Este é também o único modelo que temos para geração de empregos no nosso Estado. É um absurdo que ele continue sem entender, absolutamente, nada de Zona Franca de Manaus e de Amazônia. Quero repudiar esta postura do Paulo Guedes que é anti-amazônia e anti-Brasil”, afirmou Serafim.

Por sua vez, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) promete uma Moção de Repúdio na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) contra o ministro da Economia. “Nesse momento de crise internacional e com o mundo olhando com cobiça para a Amazônia ele precisa ter respeito. Ele deveria ter coragem, porque quando esteve aqui no Amazonas não criticou o Modelo para todos os amazonenses. É triste. O Paulo Guedes se comporta como assessor e consultor de interesses que não são das empresas que geram empregos na Amazônia e protegem o nosso verde. Farei uma moção de repúdio”, criticou Wilker.

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