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Lideranças setoriais veem que o Estado passa por seu pior momento

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12/01/2021

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

Apesar do quadro comparativamente pior de contaminações, internações e mortes por covid no Amazonas no cenário nacional, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que todos os Estados serão tratados com isonomia na distribuição de vacinas, assim que o plano for colocado em ação. A informação foi concedida nesta segunda (11), durante solenidade ocorrida na agenda de visitas do representante de Brasília, na capital amazonense.

Para as entidades classistas do Amazonas, a resposta ministerial não causou surpresas, dada a necessidade de a União equilibrar o interesse de todos os entes federativos de salvarem vidas em seus respectivos territórios. As lideranças setoriais concordam também que a situação local da pandemia escalou e que o Estado atravessa seu pior momento, até então. Ninguém quer falar sobre a hipótese de o quadro chegar a um ponto de ruptura em que o lockdown se faça necessário, mas a prorrogação da vigência do Decreto nº 43.269 já é praticamente confirmada.

Em seu boletim diário desta segunda (11), a FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) registrou o diagnóstico de 2.151 novos casos de covid-19, totalizando 216.112 em todo o Estado. Foram confirmadas também 55 mortes pela doença, elevando as estatísticas 5.756 óbitos. Segundo a Prefeitura de Manaus, no mesmo domingo, a capital teve 62 sepultamentos de pessoas que morreram por covid-19. Há 1.391 pacientes internados com a doença, sendo 905 em leitos, 465 em UTI e21 em ‘sala vermelha’.

Durante solenidade realizada em Manaus, na mesma segunda, o governador do Amazonas, Wilson Lima, chegou a apelar ao ministro por um tratamento diferenciado para o Estado, no âmbito da pandemia. “Faço um apelo ao senhor [Pazuello] e à sua equipe para que o Amazonas, neste momento, possa ter uma prioridade, no sentido de receber a maior quantidade possível de doses para que a gente possa, sobretudo, vacinar as pessoas em situação de vulnerabilidade, indígenas, profissionais de saúde, idosos no interior e comunidades distantes”, pediu.

O ministro, contudo, atalhou. “Todos os Estados receberão simultaneamente a vacina. No primeiro dia em que chegar a vacina, com a organização, a partir do terceiro e quarto dia, já estará nos Estados e municípios. A prioridade é o Brasil todo. Aos prefeitos [recomendamos que], organizem as salas de vacinação, façam um checklist de depósitos, UBS. O secretário indígena estará em missões no Estado para dar esse auxílio. O que o governo e a prefeitura, no que precisar, estaremos aqui para dar o apoio”, respondeu o ministro.

Rigor e prorrogação

O presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, considera que a decisão do ministro já era esperada, mas descarta a possibilidade de que o agravamento dos indicadores locais da pandemia levem a um inédito lockdown no Estado. O dirigente não se diz tão seguro, no entanto, em relação à duração das medidas do Decreto nº 43.269 – cuja validade se encerra no próximo dia 17 – e mesmo da hipótese de que o Executivo amazonense lance mão de maior rigor em sua implementação.

“Acho que é para não criar polemica entre os Estados, porque todos estão em situação parecida. Acreditamos que, por mais que estejam acontecendo muitas mortes pela pandemia, será difícil o governo decretar um lockdown. Abastecimento de combustível, farmácias, supermercados, que não podem parar. Mas, pode acontecer que tenhamos mais restrições e, na certa, haverá prorrogação do decreto para o final do mês. Vamos torcer para que os números não aumentem e que possamos voltar a abrir, ainda que com restrições”, ponderou.

Diálogo e espera

Para o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a população amazonense vive um momento “extremamente delicado”, com a economia parcialmente paralisada e os números da pandemia crescendo de forma progressiva e com “problemas sociais graves”. Por isso, o dirigente diz que as reivindicações setoriais devem ser deixadas para o período de refluxo da covid, em nível local.

“Segundo soube, ontem aconteceram 149 mortes, o que é gravíssimo. Isso faz com que seja difícil conseguirmos viver esse momento, ultrapassar essas dificuldades e viver em regime de alguma normalidade. A demanda hospitalar está esgotada e os recursos para atende-la, também. Neste momento, não temos alternativas, a não ser entender esse momento difícil. Mas, vamos manter o diálogo com as autoridades para podermos passar desse período crítico”, lamentou.

Aderson Frota reforça que o comércio não é o causador do agravamento da situação da pandemia no Amazonas, mas diz concordar que o governo estadual deve conter aglomerações em ruas estreitas e que contam habitualmente com muitos camelôs. De acordo com o presidente da Fecomercio-AM, a expectativa do setor é que “essa grande agonia” arrefeça “um pouquinho” depois do dia 15, possibilitando um retorno tranquilo das tratativas com o Estado para produzir medidas compensatórias para as empresas que estão de portas fechadas.

“Nesse momento, as vidas são prioridade, porque não tem recuperação. Uma empresa pode até fechar, mas pode até o voltar depois, e o mesmo acontece para os empregos. Não estamos contra a economia, nem contra as medidas governamentais. O Estado está com todas as suas forças concentradas no combate à pandemia, ao mesmo tempo em que está exprimido pelos números crescentes, limitações de pessoal e necessidade de insumos, que não tem”, afiançou.

“Mais celeridade”

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Lima, concorda que o ministro não tem outro papel a desempenhar, se não garantir a isonomia dos Estados no acesso às vacinas. No entendimento do dirigente, mais importante do que garantir a ordem de cada entidade federativa na fila, é assegurar que esta ande o com a maior velocidade possível.

“O ministro tem que lidar com o país como um todo mesmo. Ele não está errado. O governador está no papel dele, em pedir prioridade, mas o que precisamos é que o atendimento ao Brasil na vacinação seja feito com celeridade. E que venha para o Amazonas e para os demais restantes, o mais rápido possível. Isso acontecendo na brevidade que todos nós esperamos – falaram no final de janeiro – será excelente. O Brasil precisa de celeridade e o Amazonas, mais ainda”, arrematou.

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