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Lideranças divergem quanto ao uso do real em lugar do dólar na divulgação dos números do Polo Industrial de Manaus

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09/08/2013

O sinal de alerta está aceso no Polo Industrial de Manaus (PIM). Diferente da euforia proporcionada pelos resultados na moeda real, se considerados os valores em dólares, no primeiro semestre deste ano, o faturamento do parque local apresentou um crescimento ínfimo de 2,26%, em relação a 2012, e uma baixa de 7,58% frente aos seis meses de 2011. A escolha da moeda para divulgação do índice, real ou dólar, coloca as entidades empresariais e a Suframa em lados opostos.

”Toda a composição de custo da indústria é baseada em dólar”, argumenta o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. “A maior parte das vendas são feitas em território nacional, em real”, rebate o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira.

De janeiro a junho de 2013, o faturamento do PIM somou US$ 17,9 bilhões, enquanto que, no mesmo período de 2012, esse montante foi de US$ 18,3 bilhões. Em 2011, ano considerado positivo para o parque local, o valor foi de US$ 19,8 bilhões. Conforme Wilson Périco, diante desses números, não há motivo para comemoração, mas ‘de atenção’ de todo setor industrial.

Segunda-feira (05/08), em material divulgado à imprensa local, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) destacou um faturamento de R$ 37,2 bilhões no primeiro semestre de 2013, com uma alta de 11,45% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 33,4 bilhões).

“Os insumos importados são a grande porção do custo dos produtos fabricados no PIM. Nossas vendas, portanto, também têm base na moeda norte-americana”, ressalta o presidente do Cieam. Périco salienta que, até 2011, todos os comparativos foram feitos em dólar também por ser uma moeda menos volátil, menos suscetível a variações no mercado mundial, considerada a moeda forte.

Thomaz Nogueira tem outro argumento. “Não gosto do faturamento como parâmetro para medir a Zona Franca. Prefiro a produção. Quando começamos a produzir TVs de plasma e LCD uma unidade custava R$ 12 mil e hoje esse preço caiu drasticamente, enquanto a produção subiu astronomicamente. O faturamento não subiu tanto, mas o número de empregos provocado pelo aumento da produção é que nos interessa e é muito mais significativo”, enfatiza. “A Suframa apenas divulgou os números. Com base neles, cada um pode fazer, democraticamente, a leitura que achar mais pertinente”, finaliza.

Setores em baixa

Na mesma base de comparação, grandes segmentos do polo de Manaus tiveram variações negativas em faturamento, como relojoeiro (-5%), duas rodas (-13,22%), bebidas (-8,60%) e metalúrgico (-13,54%). Dois principais setores industriais, o eletroeletrônico cresceu apenas 0,48% e os bens de informática 33,09%, em relação ao faturado de janeiro a junho do ano anterior.

Segundo Wilson Périco, os números condizem com a realidade, uma vez que a indústria de motocicletas, por exemplo, sofre por conta da dificuldade de acesso ao crédito por parte do consumidor, e a componentista ‘vem definhando ano a ano’, inclusive com empresas fechando as portas.

“Há mesmo dificuldades no polo de Duas Rodas, mas essa é uma questão de conjuntura econômica, de restrição do crédito por conta dos bancos e não constitui problema apenas para Manaus”, ressalta Thomaz.

Fonte: Blog do Marcos Santos

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