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Juros de 13,75% estão travando a economia

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05/05/2023

Selic trava a economia

TAXA DE JUROS

Representantes da indústria e do comércio no AM reprovam manutenção da taxa a 13,75%

GIOVANNA MARINHO

giovanna@acritica.com

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu manter a Selic, que é a taxa básica de juros da economia, em 13,75% ao ano. A decisão unânime, no entanto, não foi avaliada positivamente por representantes do setor produtivo do Amazonas que veem a possibilidade de estagnação na economia.

A manutenção da taxa, conforme o Copom, levou em consideração a persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser analisado pelo Congresso Nacional e uma desaceleração da atividade econômica global.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, a manutenção do patamar da Selic foi equivocada, pois os juros se encontram em um nível “excessivamente alto”, algo que deve desacelerar o ritmo de crescimento da economia.

“As empresas estão atualmente tomando crédito a mais de 30%. Esse é um valor insustentável e que se configura como um dos principais fatores do arrefecimento econômico em 2022. Nossa expectativa é de que com a contínua desaceleração do processo inflacionário, o Copom inicie a redução da Selic a partir da próxima reunião em junho”, disse o presidente da Fieam.

Economista, Francisco Mourão Júnior, é mais pessimista em relação a prazos e avalia que somente em setembro ou outubro a taxa de juros venha a ser reduzida pelo Banco Central. Para ele, a Selic a 13,75% trava a economia e beneficia somente o capital especulativo dificultando a tomada de decisão de empresários que precisam parar de investir no crescimento de seus empreendimentos por conta do “pé no freio” do consumo.

CRÍTICAS

Ele concorda com as recentes críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a inflação do Brasil não é de demanda, ou seja, não tem como causa o aumento da procura em relação à oferta. Mourão vê que há na realidade um inflação de custo.

“A inflação atualmente de 4,65%está, em termos, controlada e havia uma perspectiva de que no ano de 2023 essa inflação fosse de 5%, já que as pressões que fazem a inflação são as pressões de oferta, ou melhor dizendo, uma inflação de custo, provocada principalmente por fatores internos, como o cambio alto e isso provoca uma grande exportação e diminuição de certos produtos no mercado interno e também pelo fator da guerra entre a Rússia e Ucrânia”

Mourão afirma que a atual taxa de juros “é perversa”. O economista explica que esse mecanismo para contenção da inflação provoca um retardamento do consumo, consequentemente a oferta, os comerciantes, as indústrias reduzem os seus preços para não perder o estoque, mas esse mecanismos também diminui a produção gerando demissões e um aumento negativo no Produto Interno Bruto (PIB).

“Ela vai travar o crescimento do PIB e, ao mesmo tempo provocar distorções, como a gente pode ver, empresas fechando, aumento do número de desempregados e uma economia muito colocada, por nós economistas, como famoso voo de galinha, em alguns momentos ela dá um pico e em outros momentos ela cai da mesma maneira que levanta”

Ambiente externo desfavorável

De acordo com o comunicado do Banco Central, o ambiente externo ainda estaria desfavorável e a manutenção da taxa de juros acompanha o caminho dos bancos centrais das principais economias. No mesmo dia, o Federal Reserve (FED), órgão responsável pela economia dos Estados Unidos, anunciou o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros de país, que agora está na faixa entre 5%e 5,25%ao ano.

Em relação ao cenário doméstico do Brasil, o Copom defende que o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue em um cenário de desaceleração esperado. O documento apresentado pelo comitê também afirma que a inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.

Essa é a sexta vez seguida em que o BC não altera a taxa Selic, que permanece no maior nível desde janeiro de 2017. A taxa é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Comentário

POR Ralph Assayag PRESIDENTE DA CDL-MANAUS

Juro alto é prejudicial ao país

A manutenção dos juros altos é prejudicial ao Brasil inteiro. O que os juros altos faz: diminui o volume de poder aquisitivo,com isso, diminui o volume de compra. As pessoas compram menos, as lojas compram menos das fábricas e as fábricas compram menos insumos e isso tudo torna as vendas menores e tem menos [arrecadação de] imposto. Então, isso atrapalha, porém, isso segura a inflação, porque a inflação é criada quando você tem um volume de demanda muito grande e pouco produto e você acaba aumentando o preço para ganhar a demanda, quando a demanda não tem, tem que ter retração de preço, meio que na marra. É isso que o BC tem feito para segurar a inflação.

Blog

Jorge Lima Presidente da Associação Comercial do Amazonas

“No curto prazo há natural retração de crédito e consequente redução de intensidade de compras, mas afastada a elevação sistemática da inflação, a taxa Selic deve ceder, e se espera haver retomada; é um movimento econômico observado no momento também em outros países. Os EUA aumentaram a taxa esta semana para 5%.

Fonte: Jornal A Crítica

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