CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

JCAM - Pioneiros do Amazonas - A dialética fecunda de Samuel Benchimol

  1. Principal
  2. Notícias

06/06/2013

O grande homenageado da exposição Pioneiros & Empreendedores, a Saga do Desenvolvimento do Brasil, que começou nesta quarta-feira, dia 05, no Centro Cultural Palácio da Justiça, é o professor e empreendedor Samuel Benchimol. Por isso, é oportuno – neste momento de reflexão e mobilização em torno do modelo Zona Franca - considerar mais detidamente a trajetória do professor Samuel Benchimol, destacando sua presença e decisiva colaboração nos negócios da família. Seu pioneirismo foi – fundamentalmente - vislumbrar um modelo de desenvolvimento específico para as condições humanas, bióticas, físicas, geográficas e geopolíticas da Amazônia, que desembarca mais recentemente no conceito de sustentabilidade que influenciou todo o pensamento amazônico e brasileiro a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Brasil, a Rio-92.
Desenvolvimento e Meio Ambiente – Há 21 anos, no Rio de Janeiro, quando a floresta e as supostas queimadas foram escolhidas pelos países poluidores como o bode expiatório do aquecimento global, Benchimol, em sua Guerra na Floresta, publicação lançada no evento, desmascara a hipocrisia e defende uma alternativa de crescimento para a Amazônia, para o Brasil, com alcance global: "...um modelo que seja ecologicamente adequado, politicamente equilibrado, socialmente justo e economicamente viável." É importante aferir se isso vai rapidamente se refletir na academia, na sociedade, na legislação, nos paradigmas regulatórios, nos novos critérios que norteiam os licenciamentos de projetos e os próprios projetos da Amazônia.
Discurso acadêmico e processo produtivo - Essa bandeira foi desfraldada na academia, nas entidades de classe, nas autarquias e agências regionais de fomento. A própria certificação das lojas Bemol, pelos paradigmas ISO, consolidando um novo patamar de qualidade tem por base os pilares conceituais desse modelo. É um pioneirismo que agrega o discurso acadêmico, a lente visionária - de quem conhece a História e antevê o futuro - e o cotidiano do processo produtivo. Samuel Benchimol, neste contexto, deixa um legado de raro exemplo de professor, autor e empresário da região amazônica, que conseguiu conciliar a teoria com a prática, o pensamento com a ação, o conhecer e o empreender numa dialética fecunda e singular.
Presença e propostas – Samuel foi diretor e um dos fundadores do Banco do Estado do Amazonas, um dos primeiros diretores da COPAM - Companhia de Petróleo da Amazônia, parceiro de primeira hora e de transposição dos desafios, de Isaac Benaion Sabbá. Ali, ele empresta sua experiência de co-fundador e gestor da empresa de varejo Benchimol, Irmão e Cia. Ltda., as lojas Bemol, que completou 70 anos. Essa empresa foi também por mais de 40 anos uma das principais exportadoras de produtos regionais como óleo essencial de pau rosa, bálsamo de copaíba e cumaru.  Com a experiência da Refinaria fundou com os irmãos a Sociedade Fogás Ltda., já em 1956, empresa pioneira na distribuição de GLP (gás liquefeito de petróleo) em 4 estados brasileiros: Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima. Líder empresarial foi diretor de entidades de classe como a Associação Comercial do Amazonas, CDL, Câmara de Dirigentes Lojistas, Sindigás - Sindicato de Distribuidores de Petróleo. Imprimiu nessas organizações, desde as suas fundações, a busca constante de melhoria e mudanças. As empresas que fundou têm vasto histórico de inovação e modernidade.
O destino em nossas mãos – Recentemente, numa conferência sobre o momento crítico e de questionamentos porque passa a Zona Franca, Jaime Benchimol, filho e um dos responsáveis por levar adiante o legado, o alerta e as propostas do professor Samuel Benchimol, apontou novos caminhos que aqui, mais uma vez registramos: "Precisamos de mais do que o Teatro Amazonas, o Encontro das Águas e o Boi-Bumbá. Já que - acertadamente - abrimos mão de usar boa parte dos recursos da nossa natureza, devemos buscar exibi-los através de museus que façam justiça a nossa riqueza nas áreas de ciências naturais e de cultura indígena. Precisamos de jardim botânico, aquário, orquidário, zoológico, parques ecológicos com teleféricos para visualização da vegetação e dos animais nas copas das árvores etc. Podemos ainda atrair eventos nacionais e internacionais de pesca, remo, canoagem, motonáutica, esqui aquático, ciclismo, rallyes e corridas off-road, triatlon, rapel, tirolesa, safaris fotográficos de animais, de pássaros, de insetos, de flores e de plantas. As iniciativas nesse sentido do INPA, MUSA e CIGS são esforços louváveis na direção certa, mas são ainda tímidos, diante do profissionalismo com que essas atividades são tratadas no mundo atual. Essas indústrias podem - em uma ou duas décadas - diversificar a nossa base econômica e dar novo e sustentável ímpeto ao nosso crescimento, livre das atuais dependências da união e em harmonia com as nossas mais verdadeiras vocações. Temos, ao mesmo tempo, que nos reconciliar com as virtudes do capitalismo, da empresa privada, da livre iniciativa e da liberdade de escolha. Essas instituições formam o dínamo que impulsiona a inovação, a competição e o crescimento econômico. É necessário aproveitar nossos melhores anos de arrecadação, de entusiasmo empresarial e de interesse mundial para com o Brasil e com a Amazônia para conquistarmos a autonomia sobre o nosso futuro".
Tomada de posição – É digno e justo registrar neste espaço, com especial satisfação, nota publicada na mídia local pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, para "...externar e definir, com toda clareza e transparência que o exercício de suas atividades parlamentares exigem, o seu posicionamento intransigente em defesa da Zona Franca de Manaus como modelo econômico de desenvolvimento regional sustentável em consonância com a defesa e preservação da Amazônia Brasileira e dos brasileiros que nela vivem." A Nota se reporta às pressões políticas e ao jogo de interesses que se escondem sob os ataques à ZFM, sublinha o suporte constitucional e convoca a união de todos, um apelo do qual fazemos e ao qual as empresas se alinham com firmeza e determinação.
=========================================================================== 
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House