04/05/2022
A superintendência da fabricante Jayoro, fornecedora de açúcar e extrato de guaraná para Coca-Cola, no Amazonas, está em estado de alerta para a possibilidade de encerramento das atividades. A empresa afirma que o custo da produção agroindustrial local é elevado em relação às demais áreas sucroalcooleiras existentes no país e a publicação do decreto que zera a alíquota do IPI incentiva a compra de insumos a partir de outros estados ou país, por menores preços, retirando a competitividade da indústria local.
A Jayoro está instalada em Presidente Figueiredo e atualmente emprega cerca 600 trabalhadores no período de entressafra e 1.200 na período da colheita. A fábrica fornece para a Coca-Cola todo o açúcar necessário para a fabricação do concentrado de refrigerantes e o extrato de guaraná utilizado na produção do Guaraná Kuat.
O superintendente da Jayoro, Waltair Prata, explica que as indústrias do polo de concentrados que demandam os insumos produzidos pela Jayoro pagam um pouco mais caro para terem acesso à matéria-prima local. Isso porque os custos de produção agroindustrial, no Amazonas, são mais altos em relação à produção nacional.
Prata afirma que o risco de fechamento será concretizado caso as fabricantes do polo de concentrados deixem de comprar os produtos acabados fornecidos pela agroindústria local. Cerca de 80% da produção da Jayoro atende às indústrias do setor de concentrados de refrigerantes da Zona Franca de Manaus (ZFM).
“O risco existirá, caso as indústrias do polo de concentrados deixem de comprar os produtos acabados da Jayoro, como o açúcar e o extrato líquido de guaraná. A Jayoro tem capacidade para absorver 100% da necessidade das empresas do polo de concentrados, mas algumas não querem assumir um custo ligeiramente mais caro”, informou.
“A cana-de-açúcar, no Amazonas, por excesso de chuva, acaba vegetando muito e crescendo, mas concentrando menos açúcar que as canas cultivadas nas regiões Centro-Sul e Nordeste. Se as empresas passarem a comprar em outros estados brasileiros a Jayoro terá que encerrar as suas atividades”, alertou o superintendente.
O superintendente afirmou que até o momento a empresa não foi contatada por clientes para tratar sobre pedidos, se manterão os volumes fornecidos, se reduzirão ou suspenderão os contratos.
Fonte: Real Time 1