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Investimentos ‘fogem’ de Manaus

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01/09/2014

O vazio logístico no Amazonas e falta de integração nacional estão fazendo com que investimentos fujam do PIM (Polo Industrial de Manaus). Se não bastasse esse vazio, a indústria e o comércio ainda precisam ficar em stand by sobre a definição eleitoral para a viabilização de qualquer projeto logístico de integração nacional, por parte do governo federal.

O consultor econômico Hélio Pereira lamenta ter perdido recentemente dois projetos de clientes alemães por causa do alto Custo Brasil e no momento tenta convencer uma multinacional americana a se estabelecer no PIM (Polo Industrial de Manaus). “Os dois alemães já desistiram e são as duas grandes empresas que qualquer lugar do mundo gostaria de ter instalada. E agora estou lutando para não perder a gigante americana, porque estamos concorrendo com outro lugar”, desabafou.

Pereira alerta sobre o risco da ZFM (Zona Franca de Manaus) perder a competitividade para outros mercados, nos próximos 50 anos, diante da falta de infraestrutura. “Hoje já está acontecendo e temos que dar uma solução para esse problema que se arrasta desde a implantação da Zona Franca em 1967”, alertou.

O consultor trabalha com empresas estrangeiras, 85% multinacionais. Ele afirma que já perdeu muitos clientes devido à precariedade na infraestrutura no Estado, incluindo a infraestrutura de comunicações. “Principalmente a infraestrutura de porto, de transporte e de logística que não é brincadeira”, reclamou. Os setores econômicos aguardam por uma solução definitiva para as questões de infraestrutura no Eixo Amazônico, que estão há tempos em compasso de espera e já comprometem a competitividade da ZFM.

Na opinião de Pereira o problema de infraestrutura não está na distância, mas no alto custo, por falta de investimento do governo federal e de concorrência na prestação de serviços. “Não é o problema da distância, o problema é que é caro, não funciona internet, não funciona telefone, por isso ninguém respeita Manaus, nem o Amazonas e nós somos obrigados a pagar porque só tem um fornecedor, na semana passada ficamos um dia inteiro sem internet”, reclamou.

Meio Ambiente

A possiblidade de a candidata ambientalista do PSB, Marina Silva, vencer a eleição para presidente do Brasil poderá ampliar a desconfiança sobre a implementação dos projetos de desenvolvimento previstos para a região Norte.

De acordo com o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia no Amazonas), Marcus Evangelista, viabilizar um plano nacional de transporte e logística em ano eleitoral é uma incógnita e poderá precisar de ajustes na questão ambiental, caso Marina Silva vença nas urnas, em outubro. “Essa é uma grande interrogação. Caso Marina venha a assumir a presidência do Brasil, talvez todo esse plano de transporte e logística seja repensado”, alertou Evangelista.

Segundo Marcus Evangelista, se Marina vencer a eleição ela pode pedir a revisão de todos os projetos que envolvam o meio ambiente. “Quando põe política no meio, nós ficamos com um pé atrás, receosos. Mesmo porque o panorama está muito incerto”, disse.

Segundo o presidente da Associação PanAmazônia, Belisário Arce, o federalismo deveria servir de equilíbrio entre as regiões, porém, está desvirtuado. “Mas no Brasil o federalismo se desvirtuou e acabou sendo um instrumento de opressão e de preservação de desequilíbrios regionais”, disse. Na questão política Acer acredita que enquanto as decisões estiverem centralizadas na União, pouco será feito em prol da integração nacional. “Tudo isso passa por uma questão política. Então a Amazônia está em desvantagem devido ao isolamento geográfico e à pequena representatividade política”, disse.

Fonte: JCAM

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