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Investimentos do PIM seguem subindo, apesar da pandemia e da crise, segundo os indicadores da Suframa

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01/11/2021

Marco Dassori

O nível de investimentos da indústria incentivada da capital amazonense se manteve ascendente neste ano, a despeito da pandemia e dos rescaldos econômicos decorrentes dela. A edição mais recente dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, aponta que os aportes do PIM, de janeiro a agosto (US$ 6.98 bilhões), já são 0,58% superiores aos registrados nos 12 meses de 2020 (US$ 6.94 bilhões).

O levantamento indica ainda que o número é o maior da série histórica fornecida pela Suframa (iniciada em 2016), em que pese a fraca base de comparação.

A performance positiva, no entanto, é carreada apenas por 13 dos 26 subsetores listados pela autarquia. A dinâmica é compartilhada pelos segmentos de duas rodas (+1,01% e R$ 1.02 bilhão), termoplástico (+14,78% e R$ 1.32 bilhão) e metalúrgico (+2,50% e R$ 373.88 milhões) e químico (+4,56% e R$ 788,11 milhões), apenas para citar alguns dos ramos majoritários, responsáveis por fatias respectivas de 12,93%, 8,88%, 8,73% e 7,99% dos resultados globais da indústria da Zona Franca.

Mesmo polos que atravessaram dificuldades mais severas, como o relojoeiro (+4,31% e R$ 54.50 milhões) e o madeireiro (+5,26% e R$ 19.82 milhões) elevaram a injeção de capital. O mesmo não se deu com os eletroeletrônicos (-6,73% e R$ 2.08 bilhão) -que inclui bens de informática nesse quesito, representando 48,89% do faturamento global do PIM. Os subsetores mecânico (-1,32% e R$ 281.35 milhões) e "outros" (-18,18% e R$ 1.71 bilhão) -que representam 1,26%, e 12,57% das vendas totais do PIM, respectivamente -ainda não chegaram lá, embora ainda restem três meses para o fim do ano.

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, ressalta que não somente os investimentos, como também o faturamento do Polo Industrial de Manaus, apresentou "expressivo crescimento" de janeiro a agosto. O dirigente lembra que as vendas seguiram escalada, tanto na medida em dólares (+39,64% e US$ 18.99 bilhões), quanto na conversão em reais (+46,14% e R$ 100,72 bilhões), além de apresentarem desempenhos também acima da marca pré-pandemia, de 2019.

"Os segmentos de eletroeletrônicos e mecânico investiram menos, pois já possuem processos produtivos extremamente consolidados. Ademais, o ingresso de novas empresas desses segmentos no PIM (por intermédio do CAS e do Codam) foi inferior aos demais. Esses números denotam a segurança jurídica do modelo e servem de alicerce para comprovar a solidez e o êxito do Polo Industrial de Manaus no objetivo de desenvolver a região", afiançou.

Empregos em questão

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, ressalvou à reportagem do Jornal do Commercio que a comparação leva em conta nove meses em que a indústria voltou a trilhar um caminho de "normalidade" -apesar do impacto da segunda onda -com um período em que o setor ficou três meses parado -durante a primeira onda. No entendimento esse é um fator que distorce a análise econômica e, independentemente disso, a "questão social" dos empregos se impõe.

"Esse, sim, é um indicador que mostra que a atividade do Polo Industrial de Manaus segue aquecida, mesmo com a inovação tecnológica, que reduz a demanda das fábricas por mão de obra, em virtude do aumento da automação dos processos de manufatura dos produtos. Mesmo com isso, o número de postos de trabalho no PIM se mantém na casa dos 100 mil já pelo nono mês consecutivo. Isso, sim, nós temos que celebrar", reforçou.

Os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus informam que a média mensal de mão obra do parque fabril de Manaus, no acumulado do ano, foi de 101.781 postos de trabalho, sendo 7,75% superior à média do "ano cheio" de 2020 (94.463). Foi o melhor número desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015). O saldo apenas da mão de obra efetiva foi de 5.742 vagas, dado o predomínio das contratações (22.630) sobre os desligamentos (16.888). Também foi o melhor desempenho da série histórica fornecida pela Suframa.

A mesma base informa, entretanto, que o PIM teve média de 98.459 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados, em agosto. O desempenho superou em 4,64% a marca do mesmo mês de 2020 (94.093), mas sofreu o quinto recuo mensal seguido, ficando 2,85% abaixo de julho de 2021 (101.344) -em dado já revisado pela Suframa. Foi o resultado mais baixo deste ano, que teve seu ápice em março (103.616).

Reformas e diversidade

Indagado sobre os desempenhos distintos dos segmentos industriais do PIM, em face de seus eventuais diferenciais, diante de uma crise que afeta o conjunto da indústria, o presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, diz entender que a economia brasileira é "bastante diversificada" e que o país ainda precisa dos insumos e dos bens finais manufaturados na ZFM.

No entendimento do dirigente, esse é um trunfo para o PIM, juntamente com a manutenção das regras do jogo, em que pese o fato de que as mesmas estão sendo estudadas na reforma Tributária. "Isso acontece com as próprias leis estaduais. O governador deu uma boa sinalização de que sempre vai olhar pelo lado da indústria, porque sabe que isso mantém empregos. Assim, a gente tem uma economia regional muito forte que acaba levando o Polo para frente", asseverou.

O presidente da Aficam assinala que, apesar do tamanho do Brasil, e de sua "descentralização" decisória, tem sido possível ao PIM, mesmo a duras penas, manter bons resultados durante a pandemia. "Acho que isso faz parte de toda a dedicação e esforço dos empresários e dos governantes para adequar a economia. Claro que há problemas e vamos ter pontualmente falta de insumos, por motivos logísticos ou por falta de matéria prima. Mas acho que o segredo é que temos uma economia diversificada e que contempla vários segmentos, fazendo com que não dependamos apenas deste ou daquele produto", finalizou.

Performance positiva, no entanto, é carreada apenas por 13 dos 26 subsetores listados pela autarquia

Fonte: JCAM

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