28/05/2014
Os projetos aprovados têm prazo de dois anos para ser realizados e as companhias podem optar por não investir ou fazer um aporte menor. Segundo a Suframa, a greve dos servidores que durou 47 dias (entre fevereiro e abril) levou a um atraso na realização da primeira reunião de avaliação este ano.
A produção industrial no Amazonas cresceu por sete meses consecutivos até março, impulsionada pelos segmentos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, a produção no Estado cresceu 1,4% ante março de 2013 e 1,7% na comparação com fevereiro. No mesmo período, a produção industrial brasileira recuou 0,9% na comparação anual e 0,5% em relação a fevereiro.
Para o presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco, os planos de investimento mais baixos para o Estado não estão ligados a perspectivas de desaceleração da indústria, mas a incertezas sobre a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos. "Os novos projetos aprovados demonstram que há uma confiança do empresariado em relação ao Estado, mas as empresas investem pensando no longo prazo e ninguém vai investir se não houver prorrogação", avaliou Périco. Na visão do executivo, a queda deve-se a uma postergação de investimentos.
O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e precisa do aval do Senado e da Casa Civil. Périco observou que não houve discordância na Câmara em relação à prorrogação dos benefícios. "Não há hoje grandes objeções à prorrogação da lei, mas essa prorrogação é essencial para atrair novas indústrias do Amazonas", disse.
Atualmente, a produção na Zona Franca de Manaus está concentrada em polos de eletroeletrônicos, TVs e duas rodas. Dos 41 projetos aprovados este mês, boa parte são de indústrias de eletroeletrônicos. Do total de projetos, 13 são de instalação de novas fábricas e 28 projetos são de ampliação.
Entre os destaques estão o projeto da Cal-Comp para a fabricação de tablets, com investimento de US$ 7,3 milhões. A Tectoy também apresentou projeto para ampliar uma fábrica voltada à produção de tablets, com aporte previsto de US$ 17,6 milhões. A Britânia Componentes apresentou dois projetos para fabricação de placas de circuito impressos montadas e subconjuntos para TVs de LCD, com investimento total de US$ 65 milhões. A Lite-On, apresentou plano para fabricar conversores para notebooks e placas de circuito impressos montadas, com investimento previsto de US$ 25,7 milhões.
Também na área de componentes, a PAM Indústria de Plásticos Injetados apresentou plano de expansão de fábrica de peças plásticas, com investimento de US$ 23,3 milhões. A Unicoba teve aprovado plano para produzir subconjuntos para produtos de áudio e vídeo, com investimento de US$ 22,5 milhões. A Elo Eletrônica, por sua vez, apresentou plano para produção de lâmpadas LED digital, com investimento de US$ 10,8 milhões.
Fora da área de eletroeletrônicos e componentes, a Essilor teve aprovado o projeto para investir US$ 35,3 milhões em uma fábrica de lentes oftálmicas, com tratamento em policarbonato.
Fonte: Valor Econômico