06/08/2018
Notícia publicada pelo portal D2AM
Há três anos, prestes a chegar aos 70, Luiz Octavio Correa
decidiu parar de empreender, vender sua empresa de guarda-móveis e
viver dos rendimentos de aplicações financeiras.
Para isso, distribuiu o
dinheiro da venda em produtos de renda fixa,
mas reservou 10% para se
aventurar sozinho na Bolsa pela primeira vez. Assim como Correa, o
contador aposentado Toshihiko Moriya é um investidor maduro. A
diferença é que ele começou por volta dos 50 anos na renda variável e
hoje, aos 72, usa dos dividendos de algumas blue chips (empresas mais
negociadas) para complementar seu plano de previdência.
As aplicações em Bolsa de Correa e Moriya fazem parte do gordo
montante de R$ 79,4 bilhões nas mãos dos investidores com mais de 66
anos. Apesar de dividirem espaço com os mais jovens, que têm investido
mais em ações e aumentado sua participação na B3 nos últimos tempos,
os sessentões ainda concentram o maior estoque – mesmo sem ter o
maior número de contas.
A faixa etária detém quase metade (44,65%) do montante em Bolsa,
distribuído por 106 mil contas. A faixa dos 36 aos 45 anos, com 179,9 mil
cadastros, tem apenas R$ 20 bilhões ou 11,34% do total.
Walter Cestari, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), explica, ainda, que a renda acumulada nessa faixa de idade deixa as pessoas mais confortáveis para tomar mais riscos. “Quem tem 66 anos pode arriscar mais porque já tem sobras, é aposentado, não tem de se preocupar com faculdade do filho”.