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Invenção amazonense detecta a fase da Covid

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20/05/2020

Fonte: Acrítica

Karol Rocha

Com o intuito de auxiliar médicos na busca pelo tratamento mais adequado diante do processo inflamatório causado pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), pesquisadores da área química da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) criaram um dispositivo biossensor que detecta a evolução da doença no organismo do paciente.

O processo é bem parecido com um glicosímetro e a resposta leva apenas alguns minutos.
É a partir da gotícula de sangue do doente que o biossensor quantifica três marcadores de substâncias químicas: a TNF-Alfa, a IL1beta e a IL-6.

As três citosinas são marcadores que identificam em qual fase está a doença no organismo do infectado. "O efeito da Covid-19 se dá em várias fases e, por algum motivo que os cientistas não conseguem entender ainda, ela dispara um mecanismo autoimune chamado tempestade de citocinas.

E a evolução dessas substâncias pode informar se você está saindo de um quadro leve da Covid-19 e passado para uma fase dois ou três da doença. Essas substâncias vão aumentando e diminuindo conforme você vai passando de uma fase da doença para outra", explicou o professor de química da UEA, Ricardo Serudo. Ele também é fundador da Versalab, uma startup criada para facilitar a chegada do produto no mercado.

"Hoje, um médico usa um exame clínico para tentar adivinhar se a pessoa está evoluindo para um quadro ou não. Então, o índice de erro causado pela falta de informação é muito grande e por isso há muitos casos em que o paciente falece em casa. A hipoxia e acidose no sangue podem mudar drasticamente, mas isso pode ser acompanhado por essas três citosinas que a gente consegue quantificar", ressaltou.

Em outras palavras, o biossensor permite que o médico acompanhe o processo inflamatório do paciente e o ajude no Similar a um glicosímetro, ele pode ser conectado ao smartphone Com biossensor, eu saberei o que indicar para o paciente.

Consigo até quantificar a dose e não só o medicamento" Nayara Dias Médica - apoiadora acompanhamento e administração da medicação. "O nosso biossensor não trata a doença, mas ele dá uma informação muito importante para o médico. A nossa ideia é ajudá-lo a encontrar a me lhor ferramenta para auxiliar o paciente a não passar para os próximos quadros.

O ideal é que ele não chegue aos quadros mais severos, quando a chance de sobreviver é menor", disse. O dispositivo pode ser conectado via celular ou via bluetooth e, assim
como o glicosímetro, também precisa de fitas sensoras. A apoiadora do estudo de biossensores, a médica Nayara Dias destaca que, para cada fase da doença é necessário um tipo de medicação específica.

"É exatamente nesse momento que o dispositivo vai ajudar em verificar se interleucinas
aumentam, se está na fase 1 ou na fase 2 da doença. Eu saberei o que indicar para o paciente e de uma maneira mais sensível, eu consigo até quantificar a minha dose, não só o medicamento. E isso é fantástico", diz ela, sobre a relevância do dispositivo.

R$ 51 mil é o valor que os cientistas da UEA buscam arrecadar para finalizar a fase de testes do biossensor e realizar os 1,5 mil exames antes da aprovação da agência nacional.
Cada teste custa cerca de R$ 35.

Cientistas fazem campanha para arrecadar dinheiro para comprar insumos para a realização de exames finais Grupo busca apoio financeiro Todo o recurso do grupo foi utilizado para a criação do biossensor.

Antes de o equipamento chegar até as mãos dos médicos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que os pesquisadores realizem 1.500 ensaios em pacientes para que o trabalho seja aprovado.

Caso seja liberado, os dispositivos chegarão primeiramente ao Hospital de Combate à Covid-19 da Nilton Lins, unidade de saúde que tem parceria com o grupo de pesquisadores.
"A gente precisa fazer os ensaios que a Anvisa solicita para aprovação e autorização do
biossensor para que seja possível a venda e distribuição do produto.

Desde janeiro, nós investimos uma boa quantidade de dinheiro, só que infelizmente esse recurso está acabando e agora estamos com uma vaquinha online para arrecadar R$ 51 mil para que a gente possa terminar esses ensaios para poder ter a aprovação da Anvisa", afirmou Serudo.

Com a captação dos recursos financeiros necessários, a meta é validar o equipamento junto a Anvisa, disponibilizar 1.500 tes Serviço O QUÊ: Campanha de arrecadação para a viabilização de exames VALOR: A partir de R$ 35, que viabiliza a realização de um teste; já R$ 700 ajuda na realização de 20 exames SITE: kickante.com.br/campanhas/em-qual-fase-covid-esta O biossensor voltado para a Covid-19 foi criado, a partir de fevereiro este ano, por um time de desenvolvedores, alunos de diferentes níveis de graduação e de pós-graduação em química da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Aprimeirafasedapesquisa dogrupoconsistiunacoletade publicações e artigos. Durante essaprimeirapartefoiconcluída a existência da tempestade de citosina no organismo do paciente com Covid-19. A segunda fase do estudo teve por objetivo colher todas as informações adquiridas e somar com os sete anos em que o grupo estuda reações químicas de ancoramento, eletroquímica e eletrônica para desenvolvimento de um produto específico para a pandemia.

Na fase atual, a Anvisa solicitadeterminadasquantidades de ensaios em pessoas
reais, alémdeinformaçõesarespeito do produto. O protocolo ocorre para que haja a aprovação do equipamento para o uso no mercado. A equipe está em busca de patentear o dispositivo e, após autorizado da Anvisa,ostestesserãofeitosempacientes que estão em tratamento no Hospital Nilton Lins.

Time de desenvolvedores do biossensor é formado por alunos de Química da UEA tes e ainda produzir mais 12 dispositivos e disponibilizar 2.400 testes para quatro hospitais.
A campanha para arrecadação de valores em dinheiro está aberta na internet e, conforme a quantidade de doação, ele pode acessar as recompensas e verificar quantos pacientes ele poderá ajudar.

Por exemplo, ao doar R$ 35, o doador ajudará uma paciente a fazer o teste com o biossensor e isso muda de acordo com o maiores valores doados. Quanto o maior valor doado, mais pessoas serão testadas pelo biossenssor.

"Estamos preparando a documentação para dar entrada no registro de patente e em breve a gente espera estar distribuindo para o hospital", acrescentou o pesquisador.

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