11/05/2015
O Ministério da Educação disse que repassou o dinheiro, US$ 50 milhões, e que esse instituto só pode liberar o dinheiro depois da análise dos pedidos de estágio dos estudantes.
Essa notícia traz pelo menos dois problemas: insegurança para os bolsistas e insegurança para as universidades. A credibilidade do programa Ciência sem Fronteiras é fundamental para todos os envolvidos: estudantes e universidades.
Pela internet a Nícolly contou que estudantes brasileiros do Ciência Sem Fronteiras nos Estados Unidos estão se sentindo discriminados. Mais de 11 mil bolsistas receberam uma carta do instituto americano responsável pelo repasse de recursos para moradia, alimentação e deslocamento. Segundo a entidade, não há previsão de pagamento pros alunos que estão no programa do Governo Federal. O comunicado ainda sugeriu que os estudantes usassem o jeitinho brasileiro de resolver problemas.
“Eu senti uma ironia muito grande. Eu achei um comentário preconceituoso, não gostei, fiquei muito chateada”, conta a estudante.
Além de indignada, a Nícolly ficou apreensiva. “A gente assinou contrato quando a gente veio para cá que assegurou à gente que a gente ia ter suporte”, afirma.
Em um segundo comunicado, de uma linha, o instituto americano se desculpou, mas o estrago já estava feito. Artur, estudante de odontologia, achou um absurdo. “Fiquei assustado, fiquei perplexo, não sabia se eu ria ou se chorava”, conta.
André conta que o dinheiro da bolsa chegou. É depositado direto na conta dos alunos. O atraso é no pagamento dos benefícios. “A gente precisa deste dinheiro para comprar nossa passagem, para pagar nosso apartamento, nossa hospedagem, e também para pagar nossa alimentação”, afirma.
Muitos já começam os estágios nesta segunda (11) e quem pôde, já pagou passagem por conta própria. Os que não tem lugar para ficar na universidade para onde vão, também já assumiram aluguel.
O Ministério da Educação informou que há quatro dias repassou US$ 50 milhões para o Instituto de Educação Internacional, que enviou a tal carta dos alunos pedindo que eles usassem o jeitinho brasileiro. Segundo o MEC, a liberação de dinheiro para moradia e deslocamento só pode ser feito depois da análise dos pedidos de estágio, mas não confirmou se houve algum atraso.
Esse problema na liberação do dinheiro gerou uma insegurança para alguns estudantes decidiram voltar pra casa antes mesmo de concluir o curso. É o caso de Amanda Amâncio. A estudante de medicina passou nove meses nos Estados Unidos, como bolsista do programa Ciência Sem Fronteiras.
O curso dela acabava em agosto, mas ela decidiu voltar para casa antes. Comprou as passagens para Palmas, Tocantins, com ajuda da família. “Tive que tirar do meu próprio bolso e estou esperando ainda. Vamos ver quando vai cair”, conta.
As regras do Ciência Sem Fronteiras são claras: o estudante não pode largar o curso no meio do caminho, a não ser por um motivo de força maior. Se abandonar simplesmente, terá que ressarcir à Capes o que recebeu. O MEC mantém a meta de mandar 100 mil estudantes para o exterior até 2018.
Fonte: Bom Dia Brasil