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Instabilidade econômica é desafio para indústria eletroeletrônica do PIM

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02/07/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marcelo Peres

Presidente da Eletros (Associação dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Jorge Júnior, aponta instabilidade econômica no país e insegurança jurídica na Zona Franca de Manaus, como um dos principais vilões para novos investidores no setor de eletroeletrônico no Amazonas. Entidade conta com 30 empresas associadas instaladas em 10 estados do Brasil, das quais 18 atuam no PIM (Polo Industrial de Manaus) e geram mais de 150 mil empregos diretos e indiretos.

“Passamos três anos com uma instabilidade política e instabilidade econômica. Essa junção de fatores fazem com que o consumidor se retaria e não fique seguro. O investidor por si só olha pro país e ver a economia ruim e o governo também está numa situação complicada. O que acaba acontecendo com isso? Com você tem a fuga do consumo e a fuga do investimento fazendo com que a gente tenha um ambiente nocivo”, disse.

Para que o setor tenha a capacidade de atrair o investimento de novas empresas, Jorge ressaltou a importância de continuar mantendo os recurso de incentivos fiscais para as empresas que atuam dentro do modelo zona franca. “O investidor só vai aplicar seus recursos se ele tiver segurança na zona franca. Hoje estamos passando por um momento mais delicado e mais temerosos da existência do modelo. Não tem como prever o que vai acontecer. Não tem como atrair investimento. O modelo sempre foi o local e porto seguro para investimento do país”, frisou.

De acordo com Jorge, mesmo com desempenho da economia a passos curtos e o endividamento das famílias, as vendas de produtos como geladeira, fogão, ar-condicionados e televisores tiveram um bom desempenho em 2017 com um crescimento de 5%. “Quando a economia vai bem nossos produtos são rapidamente adquiridos, quando ela não vai bem, os nosso produtos são os primeiros a sentir uma queda no consumo. Isso é uma coisa que nos incomoda e estamos há quatro anos sobrevivendo e tentando aquecer. Nunca conseguimos alcançar a expectativa almejada ou projetada. Temos tido um crescimento de 5%”, disse.

Segundo Jorge, atualmente a capacidade ociosa das empresas gira em torno de 40%, além disso, destacou que o segmento a nível nacional tem sentidos os impactos negativos da economia. “Se avançarmos a questão da economia temos condições de aumentar a produtividades dos produtos. Em 2017, as 30 empresas associadas entregaram 100 milhões de unidades. Nós podemos aumentar essa entrega com os investimentos que temos aí com a capacidade ociosa”, disse.

Exportação

O presidente destacou, que em Manaus existe uma escala de produção muito grande, mas a falta condições iguais em relação ao mundo no que diz respeito à exportação é muito pequena. E ressaltou, que umas das maiores dificuldades de alcançar o mercado internacional são os problemas de infraestrutura de transporte e logística encontrados dentro da região.

“Para alcançar o mercado da Colômbia por exemplo, ou subo para o Panamá ou desço para São Paulo, passo em cima de Manaus para pousar em Bogotá. Não há uma estrutura logística e tudo se concentra em São Paulo. Em momento de crise o mercado interno não está atraente. No radar existem planos para exportação mas o segmento não tem condições para isso. Temos produtos inovadores. Falta a presença no Estado com soluções como hidrovias, entrada e saída de insumos.O que falta é condições iguais com o resto do mundo no que fomenta exportações. É super importante que o Brasil participe da cadeia global de mercado, mas o país precisa oferecer as mesmas condições logísticas ao setor produtivo que outros países conseguem oferecer”, frisou.

Indústria 4.0

Jorge destacou que o setor está ligado e acompanhando o desenvolvimento da revolução da indústria 4.0 investindo na qualificação da mão de obra do colaborador. Diante do mercado e do mundo fabril, reforçou a importância de investir no capital intelectual e focar em preparar o trabalhador para este novo momento. Além disso, defendeu que é preciso as empresas e o governo se preparem para as novas mudanças que o movimento vai realizar nas indústrias nos próximos anos.

“É preciso que as empresas e o governo estejam preparados para as novas mudanças que a revolução industria 4.0 vai realizar nas indústrias. O processo já está acontecendo. Aa empresas têm como maior patrimônio o capital humano e já estão se adequando com a implantação de sistemas mais modernos de produção É um trabalho em conjunto onde o governo oferece mecanismos, o cidadão deve está atento a isso e os investimentos das empresas também. Mais do que nunca vão precisar de profissionais das área de humanas, como administradores, economistas, psicólogos com perfil de gestão e resultado de trabalho imediato”, explicou.

Economia liberal

Dentro da economia liberal, o presidente fortaleceu a ideia de que é necessário as empresas e o Estado se adequar ao novo modelo e apresentar as propostas e alternativas econômicas para que o modelo zona franca seja resguardado e continue trazendo o desenvolvimento que sempre trouxe para a região.

“O problema não é o momento liberal que passamos. É necessário que o governo faça uma transição para a gente. Como discutir uma situação dessa em um período que se discute uma reforma tributária? Temos que ter algo para apresentar ao governo federal não apenas para manter o que está aqui , mas para diversificar outros produtos no ambiente em que vivemos. Não podemos abrir mão do que temos. Tenho que fazer com que isso dê condições para criar outros pontos. E não acabar o que temos para construir outro modelo. A ZFM tem que ser vista como um projeto de desenvolvimento regional precisa ter uma política liberal mas que resguarde o modelo da ZFM”, explicou.

Programa Economia em Debate

Há um ano à frente da Eletros, o presidente participou ontem (1), do programa “Economia em Debate”, uma parceria do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas) com o Portal Tucumã. O programa é apresentado pelo economista Jefferson Praia, e transmitido pela página do Facebook do portal, com a participação do presidente do Corecon-AM, Mourão Júnior, que realiza perguntas referentes a diversos pontos e contribui para um debate mais aberto e produtivo.

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