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Inovação impulsiona faturamento dos bens duráveis, diz GfK

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17/10/2016

Com a crise econômica, o consumidor brasileiro adotou novos hábitos de consumo. Na hora de ir às compras, ele passou a priorizar, por exemplo, produtos que facilitam o seu dia a dia, mesmo tendo que pagar um pouco a mais por eles. Esse comportamento revela que, nos dias de hoje, quem inova, tanto na composição do mix da loja ou na forma como atende o cliente no ponto de venda, vende mais. O comportamento do mercado de bens duráveis no acumulado de janeiro a agosto deste ano, monitorado pela empresa de pesquisas GfK, revela essa tendência. Em sua 13ª Conferência Anual, realizada nesta quinta-feira (13.10), em São Paulo, a companhia destacou que as categorias que têm inovação como atributo registraram desempenho acima da média do mercado (-1,6%) e surpreenderam com crescimento de 140% em faturamento, na comparação com o mesmo intervalo de 2015.

O conceito de inovação, segundo pesquisa realizada pela GfK junto a 30 mil consumidores em todo o mundo, diz respeito à percepção dos usuários em relação a produtos capazes de solucionar problemas, beneficiar saúde e bem-estar, e agilizar a execução de tarefas. Isso reflete a funcionalidade de smartphones 4G, televisores Ultra HD, notebooks 2 em 1, action cams, caixas de som Bluetooth, soundbars, weareables e aspiradores-robô. Entre janeiro e agosto de 2016, esses segmentos responderam por R$ 19 bilhões do faturamento do setor de eletroeletrônicos, o que corresponde a 34% do total do mercado. O ano passado, essa participação era de 14%.

“Algo importante vem acontecendo e não está relacionado à economia do País. Antes da crise, a forma de consumir dos brasileiros já vinha mudando. Com a recessão, ele começou a experimentar produtos novos, a frequência de compra mudou, agora, ele considera se vale a pena trocar um item ou alongar o tempo de utilização, além de recorrer a novos canais. Preço sempre foi um fator importante, hoje, mais do que nunca, entretanto, os consumidores já olham para o custo-benefício. Eles consideram, por exemplo, se a economia de energia compensa o investimento”, analisa Minoru Wakabayashi, diretor-geral da unidade de negócio de varejo da GfK.

Campeões de faturamento

Não é de hoje que os smartphones vêm sustentado o desempenho do mercado de bens duráveis. No período analisado pela GfK, os modelos dotados de 4G cresceram 239% frente ao mesmo período de 2015, representando 74% das vendas do segmento de telecom. A mudança tecnológica também reflete no resultado de televisores. Com o aumento da procura por modelos Ultra HD, a categoria faturou, entre janeiro e agosto deste ano, 120% a mais na mesma base de comparação. Aparelhos 4K já respondem por 15% das vendas de TV, contra 7% em 2015.

Em linha branca e portáteis, os cooktops e aspiradores-robô avançaram 10% e 97%, respectivamente. A primeira categoria responde por 7,7% do mercado de queimadores e a segunda apresentou crescimento exponencial frente ao segmento convencional, que retraiu 6%. “Embora não apresentem nenhuma funcionalidade disruptiva, produtos com uma nova proposta cresceram”, conta Oliver Römerscheidt, líder da unidade de negócios para indústria de tecnologia da GfK.

Segmentos com baixa penetração nos lares também tiveram bom desempenho, é o caso de soundbars e caixas Bluetooth, que abocanharam 5% das vendas de áudio. Enquanto o mercado faturou 21% a menos, as caixas Bluetooth incrementaram o faturamento em 179% e os soundbars em 32%. Destacam-se ainda, entre a cesta de produtos inovadores, as action cams, com expansão de 38% em valor, e os notebooks versão 2 em 1, que representaram 6% das vendas e tiveram crescimento de 21% em faturamento, enquanto o mercado total amargava queda de 19%, desempenho que tem como base de comparação janeiro a agosto deste ano frente ao mesmo intervalo de 2015.

Novos hábitos de consumo

Grande parte dos ganhos em faturamento se deram muito por conta da mudança dos features do mix, que impactou diretamente os preços, principalmente, pela influência da alta do dólar e de outros fatores macroeconômicos. A indústria e o varejo, entretanto, fizeram com que o consumidor entendesse o porquê do aumento, o que justificou a sua disponibilidade em pagar mais. Smartphones, por exemplo, tiveram aumento de 42%, a maior variação no período, índice acima da média do mercado, que foi de 21%. O que também explica esse aumento das vendas em valor é a forma de pagamento adotada, que prioriza o parcelamento em até 13 vezes. Segundo levantamento da Shopping Brasil, empresa do grupo GfK que mensura anúncios, a divulgação dessa modalidade de pagamento cresceu 9 pp para smartphone, com 52% de participação das propagandas veiculadas, e 10 pp para TV, com 27% de share. O mesmo aconteceu em outras categorias.

Às vésperas das maiores datas para o varejo, a GfK também fez um levantamento sobre os hábitos de consumo. A Black Friday e o saldão de início do ano continuam a tirar o protagonismo do Natal em todas as categorias. “Ele ficou espremido entre elas, perdendo 3pp de share nos últimos cinco anos. Hoje, o consumidor antecipa ou posterga a suas compras para aproveitar os melhores preços”, diz Gisela Pougy, diretora da unidade de painéis de varejo da GfK.

Na Black Friday, principalmente, o canal online ganha importância. A média de participação dele nas vendas do varejo é de 19%, mas durante a sexta-feira negra o comércio virtual abocanha 32% do faturamento. Mesmo assim, o varejo offline embarcou na data promocional e ofereceu, o ano passado, 36% dos itens comercializados com 15% de desconto ou mais. No canal virtual, essa porcentagem foi de 23%. Nos saldões, essa proporção muda de 6% para 18%, respectivamente. “Apesar de estar atrás em novas tecnologias para o e-commerce, em importância, o Brasil está igual a países como Alemanha”, conta Gisela. Apesar de ficar atrás em novas tecnologias para o e-commerce, em importância, o Brasil está igual a países como Alemanha”, conta Gisela. O que também tem ganhado relevância no País são os marketplaces, categoria que começou a ser mensurada pela GfK recentemente e, entre janeiro e agosto, conquistou 12% de share nas vendas online.

Sobre os canais, a GfK observa, ainda, bom desempenho de telefonia na participação do faturamento do varejo especialista (11%) e de portáteis no canal generalista (10%). As regiões Sul e Centro Oeste ganham importância no faturamento do mercado e registram as menores quedas no período. De janeiro a agosto, a participação das duas regiões cresceu 1 pp. Em faturamento, os estados do Sul tiveram a menor retração (1%) enquanto o resultado do Centro Oeste esteve estável, desempenho justificado pela queda no índice de desemprego nessas localidades. Nas categorias que tiveram maior desempenho, como TV e smartphones, a região Norte e Nordeste tiveram maior crescimento por conta da menor penetração.

No desempenho geral do mercado, nos oito meses deste ano, o faturamento dos bens duráveis caiu 3% frente ao mesmo período de 2015, totalizando R$ 56 bilhões. Em volume, essa retração foi de 20%. Dentre as oito categorias de produtos mensuradas pela GfK, apenas telefonia cresceu no período, com aumento de 7% em valor na mesma base de comparação. As maiores quedas foram registradas na categoria de foto, que retraiu 29% em unidade e 39% em valor. A partir de junho, o mercado começou a mostrar reação. Somado aos dois meses seguintes, ele cresceu 7% em faturamento, desempenho puxado pela Grande São Paulo. Para o próximo ano, a GfK prevê retração de 7%, muito por conta da queda de preços de produtos que elevaram o resultado das vendas em valor. “Telefonia e TV vão ter redução natural nos preços, por conta do ganho de mercado dessas novas tecnologias”, explica Gisela.

Fonte: Eletrolar.com

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