30/07/2014
A atração de investimentos para a instalação de centros de P&D (pesquisa e desenvolvimento) é um fator preponderante dentro da proposta da CNI. Contudo, é preciso criar um ambiente econômico e legislativo compatíveis para que as empresas nacionais e estrangeiras possam investir no país.
“O Brasil tem chances extraordinárias de atrair centros de P&D. No entanto, precisamos de mais velocidade na aprovação de patentes para que isso funcione. Dessa forma o país aumentará a sua capacidade de investimentos”, apontou o diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Coelho.
Outro ponto central da proposta é a inclusão das empresas brasileiras nas cadeias de valor global. Segundo José Augusto Coelho, é preciso abrir os olhos para além de suas fronteiras mais próximas. “O mercado do Brasil é bom, é grande, mas é insuficiente. O do Mercosul também não é o bastante. Precisamos ter uma estratégia mais agressiva de acordos comerciais que ampliem mercados para a indústria brasileira”, argumentou.
O compêndio final das propostas será apresentado apenas na quarta-feira, durante as conversas com os candidatos Aécio Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos.
Bioeconomia e propriedade intelectual
Temas sensíveis dentro do ambiente científico, a bioeconomia e os desafios ligados à propriedade intelectual também foram abordados no documento da CNI. Estudos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), apontam que, até 2030, o mercado de biotecnologia industrial deve movimentar 300 milhões de euros. A entidade apresentou propostas de mudanças na regulação para bioeconomia e dos investimentos em PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação).
“O Brasil deve aproveitar as oportunidades latentes nesse campo para se tornar uma potência em bioeconomia”, aponta trecho do documento.
Já em relação à propriedade intelectual, a principal sugestão é a diminuição do tempo de espera para a concessão de patentes. Atualmente, uma nova concessão tem um tempo médio de espera de cerca de 11 anos. A intenção da CNI é reduzir este período de espera para quatro anos. A solução apresentada é aumentar o quadro de examinadores do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Fatores-chave
Além da inovação e da produtividade, outros nove pontos foram apontados como primordiais para alavancar o desenvolvimento brasileiro nos próximos anos: educação; ambiente macroeconômico; eficiência do Estado; segurança jurídica e burocracia; desenvolvimento de mercados; relações de trabalho; financiamento; infraestrutura; e tributação.
Fonte: JCAM