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Indústrias param no PIM

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25/03/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

A Covid-19 já está parando as fábricas do PIM. Nesta terça (24), a Moto Honda anunciou que vai interromper a produção em sua fábrica a partir da próxima sexta (27) e retomar as atividades em 13 de abril – prazo que pode ser prorrogado em mais uma semana. A decisão, segundo comunicado da montadora japonesa, “prioriza a segurança e saúde das pessoas”.

Ontem, Yamaha e BMW também anunciaram paradas temporárias em suas linhas de produção de motocicletas no Polo Industrial de Manaus. A montadora japonesa avisa que vai suspender suas atividades a partir na próxima quarta (31) e retornar apenas no dia 20 de abril. No caso da multinacional alemã, seus 175 trabalhadores entrarão em férias coletivas a partir da próxima segunda (30) e só devem retornar ao trabalho em 23 de abril.

Dias antes, várias empresas e segmentos do parque fabril incentivado da capital amazonense já haviam suspendido temporariamente seus trabalhos em função de falta de insumos, estoque alto de mercadorias não desovadas, suspeitas de contaminação e outras consequências geradas pela pandemia do novo coronavírus. A lista inclui Samsung, Technicolor, Transire, entre outras, além de todo o polo relojoeiro.

Em seu comunicado à imprensa, a Moto Honda informou que os trabalhadores envolvidos no processo produtivo entrarão em férias coletivas a partir de segunda (30) e que as jornadas referentes ao período de 27 e 30 de março serão compensadas com banco de horas. A empresa lembra que está adotando o home office para áreas administrativas e que mantém contingente mínimo em atividades presenciais, mediante “medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades”.

Já a Yamaha informa que, apesar da paralisação, áreas técnicas, como fundição e logística, trabalharão em regime excepcional de plantão, com “todas as proteções individuais para evitar o contágio”. “Medidas adicionais, se necessárias, quando definidas, serão informadas oportunamente”, afiançou o diretor de Relações Institucionais da Yamaha no Brasil, Hilário Kobayashi, em nota à imprensa.

Mercados fechados

O presidente da Fieam, Antonio Silva, ressaltou ao Jornal do Commercio que, depois dos decretos governamentais brecando o comércio em vários pontos do país, era uma questão de tempo para a indústria interromper os trabalhos para não ficar “estocada” e sem possibilidade de escoamento para os mercados consumidores.

“É o início daquilo que chamamos de ‘crise econômica’. O comércio praticamente todo fechou suas portas e, ao fazer isso, deixa de vender, impactando na indústria. No caso da Honda e da Yamaha, o resto do Brasil está fechado e não tem como receber novos pedidos. Além disso, temos que cuidar de nossos colaboradores em primeiro lugar. Quando esse vírus desaparecer, voltaremos à atividade”, afiançou.

“Super estocada” O presidente do Cieam, Wilson Périco, confirmou ao Jornal do Commercio que a paralisação da Honda se deu em virtude das medidas restritivas ao ingresso de transportadoras em outros Estados. “Além das medidas, é uma questão de mercado e que depende da normalização das condições logísticas. A empresa tem um monte de produtos que não consegue entregar e está super estocada”, explicou.

Périco reforça que já há outras fábricas do Distrito paradas, como a Samsung – “por suspeita de contaminação” –, a Transire – “por dez dias, por questões de mercado também” –, a Technicolor –“15 ou 20 dias em abril, por falta de insumos” – e o polo relojoeiro –por falta de componentes e igualmente por “questões de mercado”.

“Existem também empresas com paralisação parcial, em uma linha ou outra. Mas, tudo isso já era esperado. Atrasou muito a produção na China e a atividade está retomando aos poucos. O coronavírus está mexendo com a economia e devemos ter mais informações de empresas adotando medidas de ajuste como essa, no futuro”, avisou.

“Soluções pontuais”

O presidente da Fieam salienta que, a despeito da crise, determinados subsetores da manufatura amazonense não podem parar, por serem considerados essenciais. “Fabricantes de alimentos, assim como de água mineral, refrigerante, bebidas alcóolicas, não podem parar, se não os supermercados vão ficar desabastecidos. O mesmo pode ser dito das indústrias farmacêuticas e que fazem componentes para tratamento de água”, listou.

Indagado sobre o horizonte de um retorno do setor a algo próximo de uma situação normal, Antonio Silva, ressalta que o tempo de paralisação vai depender do status diário do novo coronavírus e que as empresas vão dar soluções pontuais aos problemas que aparecerem. “Cada dia é um novo dia e uma nova situação. Não temos como prever quanto a crise do coronavírus vai durar”, arrematou.

Procurada pelo Jornal do Commercio, a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) informou, por intermédio de sua assessoria de comunicação, que sua diretoria iria se pronunciar por nota à imprensa. Até o fechamento desta matéria, a entidade ainda não havia divulgado a nota.

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