12/03/2014
A demora para o fim do impasse já causa impactos na produção e na concepção de novos projetos.
O gerente de controle interno da fabricante de condicionadores de ar Hitachi, Jorge Gushiken, enfatizou que o trabalho da Suframa no sistema padrão – com apenas 30% do efetivo total em atividade –, causa morosidade aos processos de liberação de mercadorias e impactos na produtividade.
"Em alguns produtos da nossa linha registramos atraso de uma semana para entrega de lotes para a venda, devido à falta de peças para a fabricação", citou.
Segundo ele, desde o início da greve, as linhas foram readequadas para a quantidade de insumos disponíveis e algumas foram parcialmente desativadas até a normalização do funcionamento da autarquia.
"Além da falta de insumos, procedimentos básicos como acompanhamento de projetos da empresa e retiradas de dúvidas no preenchimento de documentos junto à Suframa estão lentos", acrescentou.
Outro efeito negativo, segundo Gushiken, é o atraso para a aprovação de novos investimentos junto à autarquia. Com a reunião do CAS que inicialmente seria realizada no dia 28 de fevereiro, adiada, primeiro para o próximo dia 13 e agora sem data para ocorrer afeta a entrada de recursos e geração de emprego no Estado.
"Estamos com alguns projetos de diversificação e atualização na pauta da próxima reunião que já foi adiada duas vezes", lamentou.
A chefe fiscal da Yamaha, Joyce Nunes, salientou que o contingente reduzido de servidores da Suframa prejudica a liberação dos laudos técnicos para a fabricação de novos produtos. "Nenhuma empresa que deseje incentivos fiscais pode iniciar a produção de novos itens sem os laudos técnicos emitidos pela Suframa. Sem servidores para emitir o documento, a produção e a venda ficam prejudicadas", argumentou.
Desconfortável
Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a greve dos servidores e o atraso para a reunião que aprova novos investimentos na região deixaram o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic) sem "clima" para realizar a reunião do CAS, prevista inicialmente para amanhã.
Segundo ele, a situação é desconfortável e aumenta a sensação de insegurança jurídica por parte dos investidores. "Precisamos resgatar a representatividade e a autonomia do modelo ZFM", afirmou o dirigente empresarial.
Fonte: Amazonas Em Tempo