12/03/2019
Reportagem publicada pelo site Amazonas1
Henderson Martins
O setor de Eletroeletrônico não apenas tem o maior número de projetos aprovados na
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), como também responde por 30%
deste faturamento, seguido do setor de ‘Bens de Informática’ (21%), de ‘Duas Rodas’ (14%) e
‘Químico’ (13%). O faturamento médio anual do Polo Industrial de Manaus (PIM) é da ordem
de R$80 bilhões. Os dados são do boletim da Suframa de 2018.
No mesmo ano (2018), o PIM importou US$7,4 bilhões em insumos e exportou US$480
milhões em produtos nais, registrando, assim, um décit com os mercados externos da
ordem de US$6,8 bilhões. Neste ponto, cabe avaliar a importância em se adotar medidas de
estímulos as exportações a partir do PIM, em particular de aumento de competitividade da
região com promoção de investimentos em infraestrutura portuária e rodoferroviária, é o
que aponta o estudo publicado no dia 22 de fevereiro de 2019 de dados extraídos pela
Suframa em 2018.
Perante o mercado doméstico o PIM tem sido altamente superavitário. Manaus exportou
para o mercado interno US$25 bilhões e importou US$4,45 bilhões, registrando superávit
comercial perante outras regiões do país da ordem de US$20,7 bilhões, segundo dados da
Suframa de 2018.
De acordo com a Suframa, as empresas localizadas no Polo Industrial de Manaus investem
ao ano, em média, R$32 bilhões, ou seja, algo próximo de 25% do total de faturamento do
PIM. Vale destacar que os investimentos produtivos na Zona Franca de Manaus (ZFM) tem
oscilado entre R$25,0 bilhões e R$32,0 bilhões ao ano. ‘Ou seja, o modelo da ZFM é
claramente um incentivo regional para xação de empresas em uma região distante do
centro consumidor nacional’, aponta o estudo.
Redução de 70% do desmatamento
O Polo Industrial de Manaus tem surtido efeitos positivos não apenas na economia local e
Nacional como um todo, mas, também, vem contribuindo para a redução do desmatamento
na Região e o desenvolvimento social na capital amazonense.
O estudo mostra que o PIM contribuiu para reduzir em pelo menos 70% o desmatamento no
Estado do Amazonas, no período de 2000 a 2006. O estudo estima que o valor das emissões
de carbono evitadas no período analisado chega a US$ 10 bilhões no período. Se
considerados os serviços ambientais proporcionados pela preservação, o valor estimado no
mesmo período é da ordem de US$ 158 bilhões.
População
Quando se compara a cidade de Manaus com o estado do Amazonas e outros estados
industrializados, nota-se claramente um comportamento bastante distinto: a evolução da
população era bastante similar ao longo do Brasil até anos 1950, mas, a partir de 1970, a
população de Manaus cresce bem mais rapidamente do que nas demais regiões. Com isso,
logo Manaus voltou a deter mais de 50% de toda a população do estado.
O crescimento da população de Manaus se deu mais rapidamente do que o crescimento médio populacional do estado do Amazonas e dos outros estados: atratividade da industrialização. Mais uma evidência de que a Zona Franca de Manaus é a explicação mais plausível para tal fenômeno. Adicionalmente, em 1940, a população urbana do estado do Amazonas representava 33% de sua população total; em 1980, o grau de urbanização já era o dobro (60%), e em 2010 chegava em 80%. O estado do Pará, que sempre foi mais populoso que o Amazonas, apresentou a seguinte evolução neste mesmo intervalo de tempo: 40% (1960), 48% (1980) e 68% (2010); ou seja, nota-se que a urbanização do estado do Amazonas é bem mais acelerada do que a de seu estado vizinho.