30/08/2013
Nessa base de comparação, a agropecuária teve alta de 13%, ao passo que a indústria de transformação cresceu 4,6%, e a construção civil avançou 4%. Rebeca disse que, além de as taxas de crescimento desses setores terem sido altas, o peso deles no PIB é significativo.
De acordo com o IBGE, a indústria de transformação representa 13,3% da economia do país, seguida por construção civil (5,7%) e agropecuária (5,2%).
"O crescimento de indústria de transformação e da construção civil tem efeito positivo, que rebate no aumento de investimentos", afirmou a especialista do IBGE.
No segundo trimestre, em relação a igual período de 2012, a taxa de investimento ficou em 18,6% do PIB.
Já a produção da indústria extrativa mineral, que caiu 3,9% no segundo trimestre, ante igual período de 2012, foi influenciada pela diminuição na produção de minério de ferro, disse Rebeca.
Ela também destacou que a atividade de intermediação financeira, que subiu 1,5% no segundo trimestre frente a igual período de 2012, foi influenciada pelo setor de seguros.
"O que pesou nesse período foi o índice de sinistralidade. Ou seja, os sinistros cresceram acima dos prêmios das seguradoras", afirmou ela.
Inflação e juros mais alto inibem consumo das famílias
A conjunção de fatores como o aumento da inflação, a diminuição no ritmo de crescimento da renda do trabalhador e do crédito, e o aumento de juros explicam a desaceleração no crescimento do consumo das famílias, avalia Rebeca Palis.
De acordo com o IBGE, o consumo das famílias cresceu 0,3% no segundo trimestre na comparação com o período imediatamente anterior, na série dessazonalizada. Nos primeiros três meses do ano, esse indicador ficou estável em relação ao último trimestre de 2012, feitos os ajustes sazonais.
"O consumo das famílias cresceu a taxas parecidas nos últimos dois trimestres. Ele sobe ainda baseado no aumento do crédito e da massa salarial real, mas esses indicadores estão em desaceleração. A inflação está embutida nesse processo", afirmou ela.
A especialista do IBGE acrescentou que o aumento da taxa básica de juros (Selic) também influenciou o consumo das famílias. O Banco Central iniciou a elevação da Selic em abril, em um processo que permanece em andamento.
"O aumento da Selic teve um impacto também, mas a desaceleração do crédito e da massa salarial real têm um peso maior. É que as mudanças nos juros demoram a ter um efeito em toda a economia", completou ela.
Fonte: Valor Econômico