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Indústria volta a ter queda, mas desempenho é concentrado em poucas atividades, diz IBGE

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06/10/2022

Segundo o instituto, a indústria perdeu fôlego conforme medidas de estímulo à demanda ficam para trás.

Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio

A indústria voltou a registrar queda na produção em agosto, apesar da melhora do ritmo em 2022, mas o movimento foi concentrado em poucas atividades, avaliou nesta quarta-feira o gerente da Produção Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), André Macedo.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a atividade industrial caiu 0,6% em agosto, frente a julho. Dos 26 ramos pesquisados pelo instituto, oito tiveram retração no mês.

“A produção industrial mostrou melhora no seu ritmo ao logo de 2022, o que fica expresso, especialmente, na maior frequência de resultados positivos ao longo do ano: avançou em cinco dos oito meses de 2022. Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, afirma ele.

Na sua avaliação, a situação da indústria permanece “distante da normalidade”, apesar da melhora recente no abastecimento de insumos.

“O setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente. Apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, diz.

O maior impacto para a recuo da indústria em agosto, sob o ponto de vista das atividades, foi o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 4,2%. Em julho, tinha registrado alta de 1,8%.

“Houve uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros. Mas essa atividade, em comparações mais alongadas, mostra um comportamento positivo. Ou seja, esse comportamento de queda de agosto é algo mais pontual”, afirma.

Perda de fôlego

Quanto mais se afasta das medidas de estímulo à demanda lançadas no início do ano, a indústria brasileira vem perdendo fôlego, segundo o gerente da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), André Macedo.

A produção do setor caiu 0,6% em agosto frente a julho, segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos três meses, a indústria acumula saldo negativo de 0,4%, com queda em dois desses meses (junho, de -0,4%, e agosto). Com isso, o patamar da indústria em agosto está 0,5% abaixo de dezembro de 2021.

Antes desses últimos três meses, a produção subiu por quatro meses – entre fevereiro e maio -, período no qual acumulou alta de 1,8%. Em janeiro, tinha caído 1,8%.

“Houve melhora do ritmo de produção industrial, pelos quatro meses de fevereiro a maio. Mas fato é que nos últimos três meses houve redução de ritmo. Lá no início do ano, as medidas de incremento de renda claramente dão impulso [à indústria] via demanda. Isso fica muito visível na frequência de taxas positivas. Mas, à medida que vai se afastando dessas fontes de recursos pontuais, o setor industrial também vai perdendo um pouco desse fôlego”, explica o técnico do IBGE.

Entre as medidas de estímulo à demanda, estão a liberação de saques extraordinários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a antecipação do pagamento do décimo-terceiro salário de aposentados e pensionistas do INSS.

O contexto macroeconômico permanece, segundo Macedo, com fatores que pesam sobre a atividade industrial: inflação elevada — mesmo com deflação mais recente —, taxa de juros e um contingente grande de trabalhadores fora do mercado de trabalho.

“Temos inflação em patamares mais altos, mesmo com deflação mais recente, o que diminui a renda disponível das famílias, e taxa de juros em elevação. Mesmo o mercado de trabalho, com melhora de taxas de ocupação, ainda tem um contingente grande de pessoas fora do mercado, além da precarização. À medida que medidas de incremento na renda vão ficando para trás, isso vai afetando mais”, diz.

Macedo destaca, no entanto, que a queda da indústria de agosto não se deu de forma disseminada. Houve perda em oito dos 26 ramos pesquisados, indicando uma concentração do movimento de retração.

Fonte: Valor Investe

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