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Indústria teme efeito cascata no PIM

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07/12/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O segmento de bebidas não alcoólicas, que inclui a indústria de concentrados, vive períodos de incertezas para 2019. A redução de 20% para 4% da alíquota do IPI (Imposto sobre de Produtos Industrializados), declarados em maio deste ano, pelo presidente Michel Temer, ligou o sinal de alerta do setor. Para especialistas, o anúncio da saída da Pepsi do PIM (Polo Industrial de Manaus), enfraquece o modelo para atrair novos investimentos e contribui para redução de postos de trabalho. "O problema da saída da Pepsi do PIM é o efeito demonstração. Se uma empresa gigante sai de um local, significa que aquele mercado não está oferecendo benefícios suficiente para sua permanência. Com isso, as empresas preferem arcar com os seus custos em outro lugar. Isso prejudica a imagem do modelo Zona Franca para atrair empresas", explicou o economista Ailson Rezende. Em setembro, Temer decidiu aumentar a alíquota para 12% no primeiro semestre de 2019.

Já para o segundo semestre do ano que vem, a previsão é que o valor caia para 8%, e em 2020 reduza novamente para 4% Para a Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas), a decisão do governo em reduzir os incentivos pode marcar um desmoronamento do modelo Zona Franca, principalmente porque a produção de xarope gera 14 mil empregos diretos e indiretos na região. Do ponto de vista da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), entidade que representa pequenos produtores de refrigerantes do país, a saída de grandes empresas do PIM é positiva, porque acaba com a concorrência desleal de empresas que se beneficiam dos incentivos na região.

Para o economista Ailson Rezende, as constantes oscilações nas taxas dos incentivos fiscais, apenas reforça a insegurança jurídica que o setor tem enfrentado no polo industrial de Manaus. Com a decisão as empresas ficam impossibilitadas de concorrer de maneira igual dentro do mercado. "Grande parte desses incentivos compensam os gastos que

as empresas têm com logística e outras coisas para manter sua estrutura na cidade. Infelizmente a localização geográfica do nosso Estado ainda é um fator que pesa muito. Se aqui não for vantajoso para as empresas continuarem a tendência é que elas mudem para outras regiões do país", disse. O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo lamentou a saída da empresa, e reforçou a importância de haver mais união entres os representantes do setor junto à bancada amazonense no Senado. Segundo ele, a junção dos interessados criam ferramentas de fortalecimento para o modelo atrair mais indústrias para o modelo.

"A saída da empresa é lamentável porque gera inquietação e insegurança jurídica comprometendo nossa economia. Esperamos que as autoridades tenham a consciência desse risco e evite que isso aconteça novamente. Teremos uma perda de 100 empregos diretos, fora outros posto de trabalho indireto de empresas prestadoras de serviço. É funda-mental a união de todos os interessados para gerar segurança jurídicas às empresas", disse. Segundo últimos indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), até setembro, o setor de bebidas registrava no Amazonas 2.813 postos de trabalho, quantidade muito superior em relação a 2017, quando o setor gerou 2.342 empregos.

Já em relação ao faturamento, o setor faturou até setembro deste ano R$ 773 milhões, valor muito abaixo de 2017 quando chegou a R$ 929 milhões. Segundo a PepsiCo, com o encerramento das atividades da fábrica na Zona Franca, cerca de 100 postos de trabalho serão fechados. Em nota divulgada, o superintendente da Suframa, Appio Tolentino, lamentou a decisão da fabricante de encenar suas atividades no Polo Industrial de Manaus, e reconheceu o importante papel da empresa para o desenvolvimento da economia local e principalmente pela sua atuação em gerar empregos para o Estado.

"A Suframa tem feito todo o possível dentro de sua competência para que situações como essa não ocorram e continuará trabalhando desta forma na próxima composição do governo federal. Esta é uma decisão eminentemente da empresa, sobre a qual a Suframa não tem qualquer ingerência. A autarquia está de portas abertas para receber as demandas e envidar todos os esforços possíveis para que essa decisão possa ser revertida", disse em nota.

O deputado Serafim Corrêa (PSB), alertou para o risco de outras empresas deixarem o PIM. E reforçou, que a postura do governo federal em reduzir os créditos de IPI podem ocasionar um eleito negativo no desenvolvimento econômico do Estado, além de afugentar as empresas que já estão aqui instaladas. "Todas as empresas que vieram para Manaus, vieram porque aqui é mais barato produzir em decorrência dos incentivos fiscais Nós oferecemos uma compensação, que são os incentivos da Zona Franca de Manaus. Qual o grande risco que nós corremos? É que outras empresas sigam o mesmo caminho. Vivemos, hoje, uma instabilidade muito grande", disse.

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