02/08/2018
Notícia publicada pelo Valor Econômico
Recuperando as perdas registradas em função
da paralisação dos caminhoneiros no fim de maio, a produção da indústria
brasileira cresceu 13,1% na passagem de maio para junho, na série com
ajustes sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O resultado positivo mais do que compensou o tombo de 11% em maio (dado
revisado), quando os 11 dias de bloqueio nas estradas provocaram
desabastecimento de matérias-primas e dificultaram o escoamento de
mercadorias das fábricas.
O desempenho do sexto mês do ano foi o melhor de toda a série histórica da
pesquisa, com início em 2002, mas ficou abaixo da estimativa média de 27
instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de 14,1% de
aumento. O intervalo das estimativas ia de avanço de 11,4% a até 17,1%.
De maio para junho, a produção industrial cresceu em 22 dos 26 ramos,
sendo que as principais influências positivas vieram das atividades de
veículos automotores, reboques e carrocerias (47,1%) e produtos alimentícios
(19,4%). Outros setores com bom desempenho destacados pelo IBGE foram
os de bebidas (33,6%), minerais não-metálicos (20,8%), celulose, papel e
produtos de papel (17,9%) produtos de borracha e de material plástico
(12,5%), entre outros.
Na outra ponta, registraram queda os segmentos de produtos farmoquímicos
e farmacêuticos (-0,1%), impressão e reprodução de gravações (-1,8%) e
outros equipamentos de transporte (-10,7%), enquanto o setor de coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis ficou estável ante maio.
Na comparação com junho de 2017, a produção industrial subiu 3,5%, após
retração de 6,6% um mês antes. A expectativa média das instituições e
consultorias ouvidas pelo Valor Data era de expansão de 5% para junho.
Com a retomada observada em junho, a atividade industrial acumula alta de
2,3% no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período do ano
anterior. Nos 12 meses encerrados em junho, a produção das indústrias
aumentou 3,2%.
Das quatro grandes categorias econômicas acompanhadas pelo IBGE, a que
mostrou a maior recuperação após os efeitos da greve foi a de bens de
consumo duráveis, cuja produção deu um salto de 34,4% em junho. Frente ao
mesmo período de 2017, a produção do setor aumentou 16%.
Todas as categorias de uso tiveram desempenho positivo recorde na
comparação mensal na série histórica da Pesquisa Industrial Mensal -
Produção Física (PIM-PF), que teve início em 2002. A atividade no segmento
de bens de capital, um importante indicativo para os investimentos
produtivos, subiu 25,6% ante maio e 9,5% perante junho de 2017.
A produção de bens semi e não duráveis, por sua vez, registrou elevação de
15,7% no mês e 3,2% na comparação anual. As fábricas de bens intermediários, por sua vez, aumentaram a sua produção em 74% em relação a maio a maio e em 1,8% no comparativo com o sexto mês do ano anterior.