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Indústria otimista com revitalização das ruas do Distrito Industrial

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23/05/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

Após anos de idas e vindas entre a Prefeitura de Manaus e a Suframa, entraves burocráticos e falta de orçamento, empresários, trabalhadores e consultores de projetos para o PIM estão otimistas de que as obras de revitalização do Distrito Industrial de Manaus vão efetivamente sair do papel para reduzir mais este gargalo para a economia regional.

Dos anos 1990 para cá, a piora da paisagem lunar do Distrito, decorrente da falta de manutenção da malha viária e seu entorno, correu em paralelo ao embate jurídico sobre a responsabilidade dos trabalhos, entre a autarquia e a administração municipal, sendo reconhecida a atribuição desta.

Em 2017, um acordo entre a Prefeitura de Manaus e a Suframa foi celebrado, estipulando que o poder municipal ficaria responsável pela realização da obra, mediante recursos federais concedidos por intermédio da autarquia. Os cortes orçamentários decorrentes da crise e a burocracia operacional adiaram as operações até esta semana.

Nesta segunda (21) o prefeito de Manaus, Arthur Neto, e o titular da Suframa, Alfredo Menezes, oficializaram, o lançamento de dois dos três lotes de obras a serem realizadas no Distrito 1. Os trabalhos devem alcançar 35 vias, em um projeto que prevê novo pavimento, calçadas, meios-fios e sarjetas, além de drenagens superficiais onde necessárias.

O orçamento é de R$ 136 milhões, abaixo dos R$ 150 milhões garantidos pelo Tesouro Nacional, via Ministério do Planejamento. Ardo Pavimentação e Terraplanagem, e Soma LTDA foram as empresas vencedoras das licitações dos lotes 2 e 3. A estimativa é que a licitação do lote 1 seria encerrada nesta segunda (20), com seu resultado divulgado após os ritos legais.

Investidor desconfiado

“Está tudo certo e não tem porque duvidar. Dinheiro tem e a licitação é válida. É uma boa notícia, porque o que temos visto é falta de governança. Em 1997, por exemplo, tivemos uma boa queda na produção em razão disso. As empresas tiveram que deixar os insumos em contêineres nas ruas e boa parte estragou”, declarou o vice-presidente do Sinaees, Celso Piacentini (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus).

O dirigente conta que, recentemente, trouxe um investidor japonês para prospectar negócios na Zona Franca de Manaus e, quando o executivo estrangeiro se deparou com o estado das ruas do Distrito, permeado por buracos e lixões, desistiu do negócio na hora e questionou: “se vocês não conseguem cuidar nem da rua, como podem cuidar de qualquer outra coisa?”.

Fora do papel

O presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco Mourão Junior, concorda. Diz que fica difícil para os consultores econômicos que trabalham com projetos para a ZFM convencerem investidores potenciais, diante das dificuldades de infraestrutura logística para transporte de insumos e escoamento de mercadorias.

“Quando o empresário chega por aqui e vê isso, fica desanimado. Acredito que o fato de as obras finalmente saírem do papel, aliado ao ganho de causa do IPI para os componentes no STF, deve dar um impulso para novos projetos, com o consequente ganho de investimentos, produção, vendas, empregos e renda”, comemorou.

Iluminação e segurança

O presidente do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas), Valdemir Santana, também considerou a notícia positiva. Mas, o dirigente laboral ressalta que o asfalto deve vir acompanhado por iluminação, capinação, paradas de ônibus, faixas de pedestre e segurança – o que obrigaria o Estado a fazer parte do esforço.

“É natural que a Prefeitura faça o trabalho, uma vez que recebe IPTU das fábricas, mas o governo estadual tem que vir também. O trânsito está perigoso para os trabalhadores que vêm de moto e já tivemos acidentes. Quem depende de transporte público para tentar um emprego no Distrito, enfrenta longas caminhadas em ruas sem infraestrutura e segurança”, listou.

Ver para crer

Embora se mantenha cético, o presidente do Sifretam (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento de Manaus), Aldo Oliveira, disse que a realização das obras significa redução de custos para o setor, em um momento em que as empresas têm dificuldades para renovar a frota, em virtude da retração nos negócios.

“Por enquanto, só acredito vendo. Talvez desta vez aconteça mesmo, já que o perfil do novo titular da Suframa é mais participativo. Se acontecer, vai significar a redução dos prejuízos por buracos, com o aumento da vida útil dos veículos, além de menor tempo nos deslocamentos no Distrito. Mas, o problema para deixar os trabalhadores nos bairros continua. Em algumas ruas, já não é mais possível trafegar”, encerrou.

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