10/04/2023
Segundo dados do IBGE, os maiores recuos foram em Rio Grande do Sul (-3,4%), São Paulo (-3,1%) e Mato Grosso (-2,0%); no país, setor ficou em -0,3%
A produção industrial brasileira iniciou 2023 com recuo de 0,3%. O resultado negativo reflete a retração em oito dos 15 locais pesquisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo IBGE. As maiores quedas no período foram registradas pelo Rio Grande do Sul (-3,4%), São Paulo (-3,1%) e Mato Grosso (-2,0%). No acumulado em 12 meses, a indústria variou -0,2%, com resultados negativos em sete locais.
A queda da produção industrial em São Paulo veio após um recuo de 0,8% no mês anterior. Com isso, a indústria do estado acumula retração de 3,9% nesses dois meses. “Esse resultado da indústria paulista, na comparação com dezembro, foi de maior influência sobre o resultado nacional e foi impactado pelos setores de derivados de petróleo e de veículos. Podemos observar que, no mês de janeiro, a indústria automobilística costuma dar férias coletivas e com isso há queda de produção. Também há uma certa cautela na produção do setor, já que o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matéria-prima vêm causando impacto no ritmo da produção”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. A variação negativa da indústria também reflete as condições macroeconômicas adversas, como permaneceram e taxa de juros no maior patamar desde 2016.
No Rio Grande do Sul, a retração de janeiro eliminou o ganho de 1,9% que havia sido registrado em dezembro. O resultado também está ligado ao setor de derivados do petróleo. “Em segundo lugar, também há o setor de produtos do fumo, que exerceu uma influência negativa sobre a indústria gaúcha”, analisa. Além de ser a maior retração entre os locais investigados pela pesquisa, o resultado negativo da produção do Rio Grande do Sul foi o segundo de maior influência sobre o índice nacional.
Em Mato Grosso, a retração interrompeu dois meses seguidos de expansão, quando havia ganho acumulado de 9,3%. “Nesse estado, houve queda na produção de alimentos e, secundariamente, também houve o impacto negativo no setor de bebidas”, diz o analista.
Outros resultados negativos vieram do Rio de Janeiro (-1,0%), Santa Catarina (-1,0%), Pará (-0,4%), Paraná (-0,3%) e Bahia (-0,2 %). Já Espírito Santo (18,6%) e Pernambuco (17,3%) foram os locais em que houve maior expansão. A alta da produção capixaba foi antecipada por um recuo de 5,2% em dezembro, enquanto a indústria pernambucana eliminou, com o avanço de janeiro, parte da perda de 26,2% acumulada nos últimos quatro meses do ano passado.
Os demais resultados positivos, ainda na comparação com o mês anterior, vieram dos seguintes locais: Região Nordeste (6,1%), Goiás (2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%).
Fonte: VEJA