15/01/2014
Na avaliação de Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências, o emprego na indústria deve continuar caindo. Para ele, o ambiente não é propício para a geração de vagas, com o fraco desempenho da indústria no país. No ano passado até novembro, a produção industrial subiu 1,4%
"Ao longo de 2013, vimos um crescimento muito baixo da produção industrial. Então, no ano, não há como escapar do desempenho negativo registrado até novembro", disse Bacciotti.
Segundo o IBGE, o número de horas pagas teve queda em todas as bases de comparação. Em relação a outubro, 0,4%; contra novembro do ano passado, 2,2%; e, no acumulado do ano, 1,2%.
"O comportamento (negativo) do emprego e das horas pagas se tornou uma característica do mercado de trabalho nos últimos meses, com exceção de outubro", disse o economista André Macedo, responsável pela pesquisa.
Emprego subiu no setor de alimentos
Para Bacciotti, a redução no total de horas trabalhadas é reflexo da instabilidade da produção na indústria:
"Não tem como aumentar o número de horas trabalhadas se a produção industrial está instável. Para 2014, há uma expectativa de que o crescimento seja baixo e, com isso, podemos esperar menos horas trabalhadas e menos vagas. Além disso, a folha de pagamento já vem registrando desaceleração por causa da inflação, que se mantém no teto da meta, e comendo os ganhos do trabalhador."
No ano, o pessoal ocupado teve queda em 14 dos 18 ramos pesquisados pelo IBGE. As maiores quedas aconteceram nos setores de calçados e couros (-5,3%), madeira (-5,1%), refino de petróleo (-3,9%), têxtil (-3,7%), máquinas e equipamentos (-2,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,6%), outros produtos da indústria de transformação (-4%) e minerais não metálicos (-1,5%).
Os setores de alimentos e bebidas e de borracha e plástico aumentaram o emprego em 1,3% e 3%, respectivamente.
Para 2014, a expectativa do mercado é que a indústria cresça 2,2%.
Fonte: O Globo