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Indústria do AM tomba nas vendas, mas segura empregos

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16/11/2022

MARCO DASSORI

O faturamento da indústria do desabou, em setembro. O resultado veio negativo em todas as comparações e em sentido contrário à escalada de vendas registrada em agosto, além de seguir na contramão da média nacional. Em um mês negativo também para a massa salarial e para o uso da capacidade instalada das fábricas, houve avanço apenas para os empregos e a quantidade de horas trabalhadas. É o que revelam os dados locais dos Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), compilados em parceria com a Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas). A inflexão negativa veio após o indicador da CNI ter reunido a melhor coleção de taxas locais de crescimento do ano. E mostra que, nem a deflação do IPCA do mesmo mês, nem o recuo renovado na inflação da indústria, foram suficientes para melhorar os ganhos das empresas. Segundo o IBGE, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) caiu 1,96%, entre agosto e setembro, apresentado a segunda maior queda da série histórica do índice –que não leva em conta impactos de tributos e fretes em seu cálculo. O desempenho foi puxado pelos subsetores de combustíveis (-6,79%), alimentos (-3,77%) e metalurgia (-1,13%).

Os Indicadores Industriais da CNI mostram que, a despeito do impulso no consumo, alimentado também por outros estímulos federais e transferências de renda, o faturamento real da manufatura do Amazonas tombou 6,3% na variação mensal, eliminando parte do ganho do mês anterior (+22,7%). Foi a sexta queda neste ano, ocorrida após os ensaios de recuperação de julho e agosto. Em relação ao mesmo mês do ano, a indústria amazonense despencou 21,3%, levando o acumulado do ano (-6,2%) ao campo negativo. Em contrapartida, a média nacional se manteve estável no mês (-0,2%) e foi melhor nas demais comparações (+7,9% e +1,6%, respectivamente). Em paralelo, as horas trabalhadas nas linhas de produção locais (+3,9%) aceleram o passo, na passagem de agosto para setembro, mas em um ritmo já mais tímido do que o de agosto (+11,8%), em um ano marcado por oscilações.

No confronto com a marca de 12 meses atrás, houve uma subida de 1,9%, contribuindo para reforçar o acumulado do ano (+11,6%). Em todo o país, o setor retraiu 1,1% na variação mensal, mas conseguiu sustentar taxas de crescimento nas demais comparações (+3,3% e +3%). O nível de UCI (utilização da capacidade instalada) –que trata do percentual de máquinas empregadas na produção –não passou de 83,7% e praticamente estancou (-0,3%), após a decolagem de dois dígitos, em agosto (+13,8%). Em relação a setembro do ano passado (80,2% de uso), ainda houve expansão 3,5 pontos percentuais (+4,36%). Em nove meses, a indústria do Amazonas usou 79,2% de sua capacidade e teve variação positiva de 3 p.p. (+3,72%) ante 2021 (80,7% de uso). Já o indicador nacional (80,2% de uso) praticamente empatou com agosto de 2022 (-0,1%) e caiu 1,50% ante setembro de 2021 (81,4% de uso). Empregos e salários Os dados relativos à mão de obra da indústria do Amazonas, por sua vez, novamente mostraram resultados conflitantes. O saldo de contratações no parque fabril do Estado subiu 0,5%, na comparação com agosto, após apresentar dois meses seguidos de empate.

A estagnação se manteve, entretanto, no confronto com setembro de 2021 (+0,1%). De janeiro a setembro (+7,1%) o índice de crescimento local voltou a ser dilapidado. Em âmbito nacional, a atividade encolheu na variação mensal (-0,4%), mas foi melhor ante o dado de 12 meses atrás (+0,6%) e na base acumulada (+1,8%). Outros levantamentos já haviam confirmado que as contratações continuam superando as demissões na indústria do Amazonas. Segundo o ‘Novo Caged’, o setor se manteve na vice-liderança e emendou seu quinto mês seguido no azul, ao criar 1.269 vagas celetistas (+1,07%). foi puxado principalmente pelo reforço nas linhas de produção das indústrias de transformação (+1,14% e +1.235), especialmente nas divisões de equipamentos de informática produtos eletrônicos e ópticos (+772) e de produtos alimentícios (+196). Em nove meses, criou 4.793 postos de trabalho e ampliou seu estoque em 4,16%.

Fonte: JCAM

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