09/10/2014
O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) Nelson Azevedo lembra que, além do cenário econômico desfavorável com restrições ao crédito e queda no consumo, fatores como a prorrogação tardia da Zona Franca de Manaus, Copa do Mundo e eleições esfriaram os ânimos dos investidores.
“Este ano foi praticamente perdido. A prorrogação da Zona Franca demorou, o que gerou muita incerteza no meio empresarial. A Copa do Mundo não foi o sucesso que nós queríamos e as eleições ficaram muito divididas. Todos esses fatores contribuíram para que o empresariado e o consumidor guardassem suas expectativas para aproveitar em um melhor momento”, avaliou.
Ainda segundo Nelson Azevedo, as expectativas para o mês de setembro também não são positivas, podendo, inclusive, apresentar resultados inferiores aos do mês de agosto. Caso as previsões se confirmem, o vice-presidente da Fieam ressalta que poderá haver demissões na indústria.
“Não se admire se setembro for bem pior que agosto, porque também não foi um mês bom. E o que é pior, isso poderá começar a refletir nos empregos. O último mecanismo que se usa é a redução de mão de obra”, alertou.
Setores
Os setores que mais contribuíram com a queda foram, respectivamente o de duas rodas (-19,55%), em consequência da menor produção de motocicletas e suas peças e acessórios; bebidas (-13,4%) pela diminuição da produção de preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais; e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,0%), pela menor produção de televisores, telefones celulares, rádios para veículos automotores e relógios de pulso.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus) Celso Piacentini explica que a queda de 10% do setor em agosto é consequência de uma movimentação da sazonalidade, provocado pela Copa do Mundo, e que não deverá comprometer o resultado do ano.
“A sazonalidade que normalmente começa em agosto e termina em novembro ou começo de dezembro foi deslocado por causa da Copa. No fim não teremos variação no eletroeletrônico, tanto que o número de empregados continua igual. Esse efeito é só uma mudança da sazonalidade do natal para a Copa”, garantiu.
O acumulado de janeiro a agosto, influenciado principalmente pela produção equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (12,9%) e pela maior fabricação de computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks e tablets) e de televisores, apresentou crescimento de 1,7%.
Já o índice acumulado nos últimos 12 meses avançou 4,4% em agosto.
Brasil
A produção industrial cresceu em dez dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na passagem de julho para agosto deste ano. Os principais avanços ocorreram nos Estados do Rio Grande do Sul (4,2%), de Goiás (3,3%) e do Espírito Santo (3,2%).
Outros locais que tiveram alta maior do que a média nacional, de 0,7%, foram o Ceará (2,8%), Pernambuco (2,7%), Paraná (2,1%), Pará (2%) e São Paulo (0,8%). Completam a lista dos locais com alta na produção industrial Santa Catarina (0,5%) e Minas Gerais (0,1%).
Quatro locais tiveram queda na produção: o Amazonas (-4,5%), a Bahia (-4,2%), o Rio de Janeiro (-1,6%) e a região Nordeste (-1,2%).
Na comparação com agosto do ano passado, houve alta em apenas quatro locais, com destaque para o Espírito Santo (13,7%). Onze locais tiveram queda, sendo a maior delas observada no Paraná (-10,3%).
No acumulado do ano, houve avanços em seis locais e queda em nove. No acumulado de 12 meses, sete locais tiveram crescimento e oito apresentaram recuo na produção industrial.
Fonte: JCAM