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Indústria do AM segue oscilando, mas cresce em outubro

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10/12/2021

Marco Dassori

A indústria amazonense continua oscilando. O Estado foi um dos dez a conseguir retomar o crescimento do setor, entre setembro e outubro, na contramão da média nacional e amenizando as perdas do mês anterior. Mas, voltou a mergulhar na comparação com outubro de 2020 – quando as linhas de produção do PIM já surfavam na onda da demanda reprimida. Com isso, os ganhos nos acumulados não passaram de um dígito. Novamente, três dos nove subsetores sondados no Amazonas recuaram, com destaque para eletroeletrônicos e bebidas.

A produção industrial do Estado subiu 0,4%, na passagem de setembro para outubro, em desempenho melhor do que o do mês anterior (-4,1%). O confronto com outubro de 2020 (-11,9%), entretanto, manteve decréscimo de dois dígitos pelo segundo mês consecutivo. O Amazonas conseguiu permanecer no azul nas comparações dos aglutinados do ano e dos 12 últimos meses (ambos pontuando +9,4%). É o que mostra a pesquisa mensal do IBGE para a atividade, divulgada nesta quinta (9).

Assim como no levantamento anterior, o resultado do Amazonas na variação mensal (+0,4%) foi significativamente melhor do que o da combalida média nacional (-0,6%). Com isso, o Estado escalou da penúltima para a sexta posição do ranking nacional do IBGE, que analisa mensalmente as indústrias de 14 unidades federativas. Mato Grosso (+4,8%), Ceará (+4,1%) e Rio Grande do Sul e Bahia (ambos empatados com +2,7%) encabeçaram a lista. Em contraste, Santa Catarina (-4,7%), Pará (-4,2%) e Minas Gerais (-3,9%).

O decréscimo de 11,9% registrado na variação anual de outubro fez o Estado ficar atrás da média brasileira (-7,8%) nesse tipo de comparação. Mesmo assim, conseguiu subir da última para a 11ª posição, em uma lista com apenas dois resultados positivos. Os melhores números vieram do Rio de Janeiro (+6,6%), Espírito Santo (+6,1%) e Rio Grande do Sul (-2,2%). Na outra ponta, Pará (-14,2%) e Santa Catarina (-12,5%) e São Paulo (-12,3%) amargaram as maiores quedas.

Apesar da alta no acumulado dos dez primeiros meses do ano (+9,4%), a performance do setor não foi suficiente para evitar que o Amazonas caísse do quinto para o sexto lugar do ranking brasileiro, embora ainda tenha voltado a superar a média nacional (+5,7%). Santa Catarina (+13,8%), Minas Gerais (+12%) e Paraná (+11,2%) saíram à frente, enquanto Bahia (-13,1%), Mato Grosso (-5,2%) e Goiás (-4,7%) ficaram no rodapé de uma lista com quatro resultados negativos.

Motocicletas e combustível

Na comparação com outubro de 2020, a indústria extrativa (óleo bruto de petróleo) saiu estagnação para retomar o campo negativo (-3,2%). A indústria de transformação desabou 12,2%, após a retração mais vitaminada do mês anterior (-13,9%). Somente três de seus nove segmentos investigados pelo IBGE se seguraram no azul – mesmo número de setembro. A lista se resumiu a “outros equipamentos de transportes” (motocicletas e suas peças, com +14,2%), derivados de petróleo e combustíveis (+5,9%) e produtos de borracha e material plástico (+4,7%).

O pior número, desta vez, veio do subsetor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares, computadores e máquinas digitais, com -29,2%). Foi seguido de longe pelas divisões de máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com -18,8%), bebidas (-14,3%), impressão e reprodução de gravações (DVDs e discos, com -11,9%), produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear, estruturas de ferro, com -9,5%), e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com -7,9%).

O confronto do acumulado dos dez meses iniciais do ano com igual período de 2020 ainda aponta um quadro predominantemente positivo para a indústria do Amazonas: apenas indústria extrativa (-1,6%) e as divisões de impressão e reprodução de gravações (-65,2%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6%) seguem em queda. Os melhores desempenhos vieram de borracha e material plástico (+48,4%), “outros equipamentos de transporte” (+35,5%), máquinas e equipamentos (+33,2%). Na sequência estão os derivados de petróleo e combustíveis (+13,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+11,6%), bebidas (+10,8%), e de produtos de metal (+7,9%).

“Possibilidade de mudanças”

Em seu comentário para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que o desempenho da indústria amazonense capturado no levantamento de outubro foi “satisfatório” na variação mensal, mas destaca que o comportamento dos indicadores em relação ao mesmo mês do ano passado, “não tem sido nada bom” e traz dúvidas em relação aos próximos números.

“Isso vem causando um decréscimo no acumulado de crescimento anual. Somente três das dez atividades tiveram aumento de produção em relação a outubro do ano passado, o que foi muito pouco para melhorar o indicador. Restam apenas dois meses do ano para uma possível recuperação. Embora o média trimestral esteja muito negativa, há sempre uma possibilidade de mudanças, uma vez tratar-se de dois meses com tradição de aumento na produção industrial.

Solidez e preocupação

No entendimento do presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, a despeito das retrações, os números do IBGE servem para novamente demonstrar a solidez do modelo Zona Franca. “Mais do que qualquer crescimento nominal, é importante destacar que o Polo Industrial de Manaus apresenta indicadores positivos no consolidado do ano. A despeito da inflação e da grave crise de fornecimento de insumos eletrônicos, o cenário é de relativa estabilidade, com tendência de crescimento no médio prazo, a depender de fatores exógenos ao PIM”, ponderou.

Já o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Jorge do Nascimento Junior, destaca que o segmento industrial sofreu uma “queda significativa”, no segundo semestre deste ano. O dirigente assinala que os próprios números da Black Friday mostraram isso, ao registrar uma retração de volume em cerca de 30%. O executivo diz que a indústria vê com muita preocupação o cenário que vai se desenhando para o Natal e o começo de 2022. Especialmente diante do panorama econômico atual, marcado por inflação, energia, câmbio e custos de produção “muito elevados”, além das dificuldades de acesso aos insumos.

“Há também a insegurança do consumidor em ir às compras. Estamos em uma recessão ao consumo. Precisamos estimular isso. Todos esses fatores geraram uma diminuição significativa nas vendas e na produção. A gente vê com muita preocupação o que pode acontecer nos próximos meses, considerando que uma das três principais datas do segmento, a Black Friday, foi muito ruim. Ainda estamos esperançosos quanto ao Natal, mas a perspectiva para o primeiro trimestre de 2022 é bem preocupante”, encerrou.

Fonte: JCAM

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