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Indústria do AM registra quarto pior resultado do país

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10/05/2019

Notícia publicada pelo Em Tempo Online

Daisy Melo

A queda de -10,8% na produção da indústria do Amazonas em março de 2019 em comparação a março do ano passado traz implícita a situação de homens e mulheres que dependem do setor para sobreviver no Estado.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Plástico (Sindplast), grande parte do Distrito Industrial é composto hoje por mão de obra terceirizada e temporária sem garantias previdenciárias e que, em geral, ficam nas funções poucos meses. Segundo o presidente da entidade, ex-funcionários que não conseguem emprego têm ido até a porta da fábrica pedir comida.

“Hoje a situação está tão ruim que as pessoas vêm aqui pra pedir dinheiro para comprar uma banda de frango, pra comprar comida, a miséria está se alastrando, quem está acima de 40 anos não consegue arranjar emprego, não tem nada para comer, eles contam que estão com três meses de luz, de água atrasadas, a gente ajuda como pode, dá uma cesta, mas nem sempre dá”, contou o presidente do Sindplast, Francisco Brito.

Indústria no vermelho

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria do Amazonas apresentou a quarta maior retração do País em março, atrás apenas de Pará (-12,5%), Mato Grosso (-12,3%) e Espírito Santo (-11,1%). O índice do Estado está, inclusive, acima da média nacional para o período que foi 6,1%.

O setor amazonense também amarga queda em todos os outros períodos analisados na pesquisa do IBGE. A indústria do Amazonas recuou -5,1% no primeiro trimestre do ano; -2,1% no acumulado dos últimos 12 meses e -0,5% no comparativo de março e fevereiro de 2019.

O segmento de equipamentos de Informática e Produtos Eletrônicos registrou os piores índices com retração de -9,34% em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2018; -4,99% no trimestre e -2,22% nos últimos 12 meses.

Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o alto de índice de desemprego têm refletido diretamente nesta realidade. “A atividade econômica está desaquecida porque o desemprego está grande, com menos dinheiro, menor o consumo e demanda por novos produtos”, comenta.

Para o representante da indústria, a expectativa é que o setor recupere o folego com a execução das reformas tributária e da previdência. “Tudo passa pela aprovação dessas medidas políticas, a reforma tributária vai acontecer e a reforma previdência é uma necessidade, precisa acontecer, aprovando, os investidores ficarão mais otimistas, passarão a investir e a demanda vai aumentar”, afirma Périco.

Para o presidente do Sindplast, a afirmação de que a reforma da previdência vai gerar emprego é “balela”. “Eles estão pregando que isso é uma coisa boa, mas eles disseram que a aprovação da Reforma Trabalhista iria gerar empregos e gerou desemprego, as pessoas contribuem com a previdência quando estão empregadas, sem emprego não tem contribuição”, afirma Francisco Brito.

De acordo com o dirigente do Sindplast, seis empresas do segmento já anunciaram férias coletivas e a rotatividade de trabalhadores é alta. “A mão de obra terceirizada e temporária fica, no máximo, dois ou três meses, para ganhar um salário mínimo, sem benefício nenhum, tem empresa obrigando o trabalhador a assinar acordo individual, geralmente com jovens para serem explorados”, comenta Brito.

Dos quase 88 mil cargos do Polo Industrial de Manaus (PIM), em torno de 30% é de terceirizados e temporários, segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo. “É um procedimento legal, as empresas fazem suas projeções, é uma forma de se manterem em pé, à medida que melhorar, as empresas pegam essa mão de obra para o seu quadro”, afirma.

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