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Indústria do AM monitora, preocupada, tendência de recessão nos EUA

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29/07/2022

Indústria da Zona Franca de Manaus tem ao menos 30 empresas com participação de capital dos Estados Unidos que podem reter investimentos caso o país entre em recessão real.

Alerta de recessão técnica anunciada nos Estados Unidos pode ter repercussão no Amazonas, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva. Ele diz que a indústria da Zona Franca de Manaus avalia o cenário com preocupação.

Nesta quinta-feira (28), os Estados Unidos anunciaram a queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9% no segundo trimestre. É o segundo recuo sucessivo trimestral, o que configura “recessão técnica”, passando a ser recessão de fato se continuar até o final do terceiro trimestre (agosto, setembro e outubro).

“A recessão econômica dos Estados Unidos é uma preocupação global, haja vista que se trata de uma das maiores economias do mundo e sua queda traz implicações negativas macro. De igual modo, nos preocupa algum movimento no sentido de desmobilização do capital americano investido no Polo Industrial de Manaus (PIM). Estamos monitorando a situação”, diz Antônio Silva.

O presidente da Fieam lembra que os Estados Unidos é o segundo país em participação de investimentos estrangeiros na indústria incentivada da ZFM. O primeiro país é o Japão. São ao menos 30 empresas com participação de capital norte-americano.

O vice-presidente da entidade, Nelson Azevedo, também compartilha essa preocupação. Na visão do empresário, os impactos de uma provável recessão norte-americana já se fazem sentir. E não é só por conta da alta taxa de juros nos Estados Unidos. Azevedo destaca que, em qualquer sobressalto na economia americana, os reflexos são imediatos em todo mundo, especialmente no país que tem relações comerciais bem próximas e que tem sua economia balizada no dólar americano, como o Brasil.

“Os prognósticos são preocupantes. Abertura da economia não se revela favorável nesses momentos de turbulência nos países parceiros. No caso das exportações com os EUA, alguns itens como o de alimentos não serão impactados. Os produtos da ZFM certamente serão pois não são gêneros de primeira necessidade”, avalia.

Apesar disso, o vice-presidente da Fieam, lembra que o Brasil costuma surpreender quando seus parceiros desenvolvidos entram em crise econômica. Para ele, o fato de o Brasil ter começado a monitorar a inflação com o aumento na taxa de juros ainda em 2021 pode trazer bons frutos.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), de janeiro a abril de 2022 o Amazonas exportou mais de US$ 40 milhões (FOB) em produtos para os Estados Unidos, país que figura na lista dos dez maiores compradores externos de produtos amazonenses.

Texto: Emerson Medina

Fonte: Real Time 1

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