31/07/2014
De acordo com a Comissão, há uma expectativa por iniciativas privadas e uma iniciativa pública onde era a Siderama. “Entendemos que há a necessidade de novos portos em Manaus. Temos deficiência de portos, pois no passado tínhamos Porto Público (que serve para regular o mercado) e hoje em dia não temos mais”, frisou Rocha. O Roadway, porto do Centro da cidade, foi desalfandegado pela Receita Federal e também possui limitações de área no retroporto.
Segundo Rocha, o custo Brasil somado ao custo Amazônia são elevados, principal entrave que prejudica o tempo de permanência das cargas nos portos privados de Manaus (transbordo e burocracia dos órgão públicos). “Os custos são elevados. Hoje é mais caro transportar de Manaus para Santos do que de Shangai para Santos. Como avaliação adicional hoje é por vezes mais econômico o transporte por rodovias do que pelo modal aquaviário”, afirma.
Ainda segundo Rocha, não é possível indicar uma única fonte de custos. “O problema é a soma de um conjunto de ineficiências, que especialistas têm chamado de Custo Brasil: excesso de taxas, custo de mão de obra elevado, custo operacional elevado, baixa automatização, excesso de regulações, exigências excessivas etc.”, explicou.
Na comparação dos portos de sucesso na questão de eficiência na logística: Roterdã, na Holanda, maior porto marítimo da Europa e o Porto de Shangai o maior na China, Manaus permanece no século passado. “Devido ao excesso de custo e pouco investimento público”, frisou Rocha. Para ele o serviço de transportes é de responsabilidade do governo. “O serviço de transportes é papel do governo. No caso dos portos, é papel do governo federal”, disse.
Praticagem
Outro fator apontado por Augusto Rocha, que aumenta consideravelmente os custos de transportes para Manaus é o serviço de praticagem. Entre a foz do rio Amazonas até Manaus há duas Zonas de Praticagem. “A primeira começa em Fazendinha (AP) e vai até Itacoatiara (AM) e a segunda é de Itacoatiara para Manaus (AM). Assim, os navios precisam de práticos o que eleva os custos operacionais e às vezes eleva a espera”.
De acordo com Rocha, a região que gera entrave é Tabocal (PA), pois naquela área há restrições de calado que limitam a passagem de navios de maior porte. “Temos realizado demandas para ampliar o calado da região, de tal forma que navios maiores possam vir até Manaus e que não existam restrições para capacidade dos navios que vêm até aqui”, informou.
Ainda não é possível criar uma rota por alto mar para evitar essas duas passagens, Fazendinha (AP) e Tabocal (PA), consideradas gargalos logístico pelos gestores de portos privados operando em Manaus.
A Comissão acredita que novos investimentos são a solução para viabilizar (custo x tempo) para esse setor, de fundamental, importância para a sobrevivência do Polo Industrial de Manaus. “Entendemos que a liberação de outros terminais privados, a criação de um porto público e também a dragagem da região do Tabocal (PA) poderão contribuir bastante”, sugeriu o coordenador. Para o modal aquaviário a pauta da Comissão tem sido em torno da criação de um porto público, para regular a operação e balizar os custos operacionais. Da liberação do Porto das Lages e apoio a Portonaus e qualquer novo empreendimento portuário.
A empresa Portonaus S.A. é um terminal portuário que tem como objetivo desenvolver soluções logísticas de apoio à Indústria e Comércio de Manaus e servir de base às operações de cabotagem, armazenagem e movimentação de contêineres.
“A Portonaus também é um novo projeto para o setor a partir de 2016 e terá nosso apoio, como qualquer outro empreendimento que leve ao desenvolvimento da infraestrutura no Amazonas. Para o desenvolvimento da indústria, Rocha, afirma que deve haver uma abundância de capacidade operacional simultânea, permitindo a atração de novas operações fabris”, disse o executivo.
Melhoria das hidrovias
De acordo com a Comissão é preciso melhoria na dragagem e sinalização no rio Amazonas e Solimões, dragagem em Tabocal (PA), permitindo uma melhor navegação de navios com contêineres em todos os meses do ano.
Na época da vazante dos rios da região existem restrições de calado, fazendo com que os navios cobrem custos maiores para o transporte de contêineres para Manaus, uma vez que é reduzida a capacidade operacional dos navios, o que também gera incerteza com respeito ao tempo de trânsito para a região.
“As hidrelétricas na região, quando construídas, devem possuir eclusas em seu projeto. Além de melhoria das vias de acesso aos portos; defendemos a presença de representação empresarial no Conaportos; Rodovia Lethem-Georgetown para permitir multimodal por Porto de Georgetown e Berbice (novo porto de águas profundas). O grande desafio é reduzir os custos de transporte”, concluiu Augusto Rocha.
Fonte: JCAM