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Indústria de pneus rejeita alíquota zero

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28/12/2022

“Ao invés de estimular a produção, o emprego e os investimentos, o Ministério da Economia opta por uma estratégia que, em última instância, acentua o processo de desindustrialização do país”, afirma a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP)

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) irá pedir para o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva acabar com a alíquota zero da tarifa de importação de pneus de carga, medida adotada pelo governo Bolsonaro em janeiro de 2021.

“Ao invés de estimular a produção, o emprego e os investimentos, o Ministério da Economia opta por uma estratégia que, em última instância, acentua o processo de desindustrialização do país”, declarou o presidente da ANIP, Klaus Curt Müller, afirmando que a medida impõe concorrência desleal ao setor.

“Enquanto os custos de produção extra fábrica cresceram 28% em 2021 para quem produz no Brasil, os custos de importação caíram em pelo menos 17%, no mesmo período”, denuncia o presidente da ANIP.

Na passagem de outubro para novembro, os pneus de carga produzidos pela indústria do país registraram quedas de 6,5% nas vendas de reposição e de 2,9% nas vendas para montadoras – o que resultou em uma queda total de 5,3% no período. Já na comparação anual, o recuo nas vendas totais de pneus de carga foi de 19,5% contra novembro de 2020 e de 9,5% em relação ao mesmo período de 2021.

“Novembro de 2022 foi o pior mês de vendas para pneus de carga no mercado de reposição nos últimos 10 anos”, destacou em nota a ANIP.

O benefício tributário aos importadores também está afetando os investimentos em novos projetos produtivos no país e o crescimento do passivo ambiental, cita a ANIP, “uma vez que os importadores não realizam a logística reversa, não atingindo assim a meta estipulada anualmente, conforme resolução que regulamenta a coleta e destinação dos pneus inservíveis”.

Com base em dados do próprio governo, a associação aponta que só em agosto de 2022 foram importados 432 mil pneus, o maior volume dos últimos 12 anos para o período, enquanto em todo o ano de 2016 foram importadas 835 mil unidades.

“No ritmo em que estamos, o setor estima um encolhimento das vendas de pneus nacionais de carga da ordem de 503,4 mil unidades em 2023, o que representaria uma perda de receita da ordem de R$ 500 milhões para a indústria que opera no país”, disse Müller.

No ano passado, a perda de vendas em unidades por conta da competição desleal dos importados foi de 300 mil unidades.

Até 2021, o Brasil mais exportava do que importava pneus de carga. Em 2021, a situação se inverteu, o setor passou para a condição de déficit na balança comercial de exportação.

Fundada em 1960, a ANIP representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, que compreende 11 empresas e 21 fábricas instaladas no Brasil. O setor emprega diretamente mais de 29,5 mil pessoas e cerca de 848,8 mil pessoas de forma indireta.

Fonte: horadopovo

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