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Indústria de Manaus faz sua parte contra o novo Coronavírus

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27/03/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

A indústria incentivada de Manaus está se mobilizando para oferecer propostas aos governos para enfrentar e conter os impactos econômicos do Covid 19. Além de oferecer sua expertise e capacidade produtiva para tanto, o setor sugeriu ainda medidas que vão além de sua área de atuação e zona de conforto.

Nesta quinta (26), o Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) assinou carta conjunta com 13 entidades, reforçando o pleito dos empresários de comércio e serviços ao governo estadual, no sentido que este flexibilize a reabertura das lojas em horário diferenciado e com os devidos cuidados para conter a disseminação da doença.

Foi a segunda vez, apenas nesta semana, em que o PIM se mobilizou fora de sua caixa, sugerindo políticas e ações econômicas anti-Covid 19. Na terça (24), o Comitê Indústria ZFM Covid-19 – formado por Cieam, Fieam, Eletros e Abraciclo – firmou uma outra carta, desta vez endereçada também ao governo federal, com propostas divididas em nove tópicos.

Segundo o Cieam, o documento entregue ao Executivo do Amazonas visa contribuir para a construção de alternativas para manutenção de emprego e renda da população e “com a finalidade de mitigar os impactos negativos da Covid 19 em nossa economia”. Para isso, as entidades uma reunião com o governador Wilson Lima.

“(...) Devemos ter esforços na saúde e na economia e não temos como priorizar nenhuma das duas em detrimento da outra. As duas, como outras temáticas, segurança por exemplo, estão sinergicamente interligadas e, por isso, são interdependentes. Nossos caixas já foram afetados (...). Desta forma, gostaríamos de novamente, e aproveitando a forma transparente e participativa que sempre foi viabilizada por este governo, solicitar uma nova reunião para apoiarmos a construção de alternativas que possam viabilizar a implementação do Isolamento Social de forma vertical”, assinalou o documento, em síntese.

Além da sugestão da reabertura do comércio em horários reduzidos, as entidades sugerem o uso da rede hoteleira disponível para grupos de risco e construção de alternativas para pessoas de comunidades de baixa renda e com idade superior a 60 anos, como uma medida de cuidado e de preservação à saúde dos cidadãos, “como um meio de preservar a subsistência do importante segmento turístico de nosso Estado que será frontalmente atingido e precisa de alguma forma ser preservado”.

Parceria e políticas

Já o documento endereçado ao governo federal foi originado a partir da primeira reunião do Comitê Indústria ZFM Covid-19, ocorrida nesta segunda (23), em cooperação com a Sedecti (Secretaria de Estado e Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas). As propostas apresentadas foram formalizadas no texto concluído no dia seguinte, endereçado ao presidente da república, Jair Bolsonaro, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e também ao governador Wilson Lima.

“Foi uma reunião muito proveitosa, com a participação efetiva do secretário de Fazenda com o seu estafe, além do superintendente da Suframa, do defensor público do Estado, e de várias representações de classe. A Eletros, representando a indústria brasileira como um todo, compareceu com muitos encaminhamentos. Os governos estadual e federal têm recursos para oferecer, principalmente para a micro e pequena empresa”, reforçou o presidente do Cieam Wilson Périco, em vídeo publicado em sua conta no Instagram.

Entre os nove tópicos elencados na carta ao governo federal estão propostas de parceria público-privada para produção de equipamentos médico-hospitalares e de medicamentos em larga escala, bem como a intensificação do programa de compras governamentais em condições emergências desses produtos.

Os demais pilares abordam sugestões para manutenção de emprego e da renda das famílias brasileiras, flexibilizações de legislações para efeitos de conformidade nas áreas trabalhistas, inclusão do Pró-Emprego (Programa de Proteção do Emprego e Renda dos Trabalhadores), alinhamento de recolhimento de tributos, política monetária, bolsa-família e seguro desemprego ampliados, entre outros.

Preservação das atividades

Procurada pelo Jornal do Commercio, a Abraciclo reforçou que não vai se manifestar a respeito do tema, além do que foi assinalado em sua nota de imprensa distribuída na quarta (24). No texto, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, assinala, entre outras coisas, que está desenvolvendo pleitos encaminhados ao governo federal “com propostas adequadas à preservação dos objetivos e atividades de suas associadas, bem como da coletividade de colaboradores e fornecedores do setor de duas rodas no Brasil”.

O presidente da Eletros disse ao Jornal do Commercio que o objetivo é apresentar aos governos propostas que devem ser tomadas para atenuar os impactos negativos do Covid 19 na economia amazonense. “Fechamos as propostas, diante da dor de cabeça que cada um estava tendo. Isso aconteceu em outras partes do país também. Nesse momento em que a população tem que ficar em estado de quarentena e o varejo está fechado, precisamos fazer com que a economia se mantenha e que empresas e cidadãos sejam socorridos. Não é nada diferente do que outros países já estão fazendo para o dinheiro continuar circulando no mercado”, afiançou.

Já o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, salientou ao Jornal do Commercio que as cartas são uma forma de as empresas se manifestarem e darem sua contribuição para amenizar esse momento de crise. “Porque esse freio na economia não ajuda. Chega a um ponto em que nem os trabalhadores, nem as empresas, sabem como vão sobreviver. A CNI já está encaminhando propostas também e devemos defender o teor desta carta, que vai ao encontro dos anseios de toda a indústria brasileira”, finalizou.

Fieam e Sindicatos doam máquinas para produção de máscaras em Manaus

A produção de máscaras cirúrgicas e outros equipamentos de proteção individual (EPI’s), em Manaus, ganhou reforço nesta quinta-feira (26), com a doação de 20 máquinas de costura, pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) à Secretaria de Administração Penitenciária. Com o novo maquinário, o número de itens produzidos semanalmente pelos internos do sistema prisional de Manaus vai passar dos 1.500 atuais para 10 mil. Os equipamentos, principalmente máscaras e aventais, são para uso dos profissionais da segurança pública e da saúde do Amazonas no combate ao avanço da contaminação pelo novo coronavírus no Estado.

Na entrega das máquinas ao titular da Seap, coronel Marcus Vinícius Oliveira de Almeida, na sede do Centro Integrado de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança Pública, o vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo, lembrou que na iniciativa foi fundamental a parceria com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Simmmem), e com o Sindicato das Indústrias de Bebidas em Geral do Amazonas.

“A indústria do Amazonas está atenta ao trabalho desenvolvido pelas autoridades de segurança e saúde em nosso Estado, especialmente frente às dificuldades enfrentadas com a reduzida oferta de equipamentos de segurança, fundamentais não só para os agentes de Saúde mas também para os pacientes. Com essas 20 máquinas, a produção de máscaras, que hoje praticamente desapareceu do mercado local, vai aumentar pelo menos seis vezes”, disse Azevedo.

Depois de confeccionadas, obedecendo aos padrões adotados pelo Ministério da Saúde, as máscaras passam por um rigoroso processo de esterilização em laboratório da rede pública de Manaus. A utilização da máscara é recomendada aos profissionais de saúde que atuem a uma distância inferior a um metro do paciente suspeito de infecção, e a pacientes infectados ou sujeitos à infecção.

De acordo com Nelson Azevedo, essa parceria FIEAM e Sindicatos, além da urgência de colaborar com os governos na questão da prevenção e combate ao novo coronavírus, envolve uma ação perene do Estado na ressocialização de internos do sistema prisional, oferecendo trabalho a homens e mulheres que necessitam de uma nova oportunidade para começar.

Azevedo lembrou que a Federação e as demais instituições que formam o Sistema Indústria no Amazonas vêm adotando desde o início do mês uma série de medidas para ajudar a minimizar os riscos da transmissão do coronavírus no Estado.

Entre essas medidas estão a suspensão temporária das aulas nas escolas do SESI e do SENAI, em comum acordo com o segmento industrial, especialmente com relação à Creche SESI, que atende a pelo menos 1.700 crianças, a maioria filhas de industriários. Também foram suspensas temporariamente as atividades do SESI Clube do Trabalhador e das duas unidades do SESI Saúde, no Centro e no São José (Unidade Leste).

“É claro que os prazos de duração das medidas, que envolvem também as atividades da FIEAM e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), estão sendo reavaliados constantemente de acordo com a evolução do quadro geral do vírus e das recomendações das autoridades. O combate a este novo vírus depende de cada um de nós”, disse Nelson Azevedo.

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