28/12/2015
Na avaliação do presidente da Fieam, Antonio Silva, o PIM regrediu em oito anos após uma queda de 35% no faturamento. “Em 2007, tivemos o faturamento total do PIM superior a US$ 25 bilhões”, disse Silva. A estimativa é que, este ano, o faturamento não deve ultrapassar US$ 24 bilhões. A retração em relação a 2014 representa, aproximadamente, US$ 13 bilhões a menos no faturamento das indústrias.
Para o presidente do Cieam, Wilson Périco, o risco de mais demissões em janeiro e fevereiro é alto. “A economia não está mostrando uma perspectiva otimista, a curto prazo, necessária para a retomada do crescimento e contratação de novos trabalhadores”, destaca.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, que representa os trabalhadores dos setores metalúrgico, eletroeletrônico e magnético, no ano foram realizadas 28 mil homologações de demissões no sindicato. “A rotatividade ainda é muito grande no PIM e apesar de ainda fechar o ano com 100 mil empregos, as empresas demitem colaboradores com maiores salários para contratar novos funcionários por menos”, disse Santana.
O sindicalista destaca, ainda, que a situação foi atípica esse ano com o fechamento de duas grandes empresas, Lenovo e Microsoft, e a demissão de 7 mil trabalhadores.
“Somente o eletroeletrônico que ainda respira, o setor de condicionador de ar vai ficar numa situação bem ruim agora no início do ano e o problema crônico está no polo de duas rodas que não tem mais como vender por causa da falta de linhas de crédito”, analisa.
Apesar do pessimismo, Santana acredita que a Olimpíada no Rio de Janeiro possam animar os consumidores no primeiro semestre. Mas, o presidente do Cieam discorda. “Nós fizemos um evento com apelo cultural muito maior que foi a Copa do Mundo e não tivemos muito retorno, então não acredito que as Olimpíadas trará algum impacto econômico na indústria”, disse.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Simmmem), Athaydes Mariano Félix, a situação política causa instabilidade econômica e desconfiança dos investidores. “Se permanecer do jeito que está, o próximo ano vai ser razoável, com perspectivas de melhora só para o segundo semestre”, avalia.
Caged aponta elevação do desemprego
De janeiro a novembro desse ano, a indústria encerrou 20,8 mil vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No ano, foram admitidos 34,3 mil trabalhadores, enquanto 55,1 mil foram desligados no setor.
No mês passado, o saldo negativo de vagas, decorrente do maior número de demissões em relação às contratações, foi puxado, principalmente, pelo setor da Indústria de Transformação (-2.869 postos, com destaque para o ramo de material elétrico e comunicação, que suprimiu 1.264 postos).
Ainda segundo o Caged, montador de equipamentos eletrônicos, operador de linha de montagem de aparelhos eletrônicos, almoxarife, inspetor de qualidade e alimentador de linha de produção foram as ocupações com os menores saldos de emprego, diferença entre admitidos e demitidos.
Fonte: Portal D24am.com