15/01/2014
Em novembro, o pessoal ocupado na indústria teve queda de 1,7% ante o mesmo mês de 2012, a 26ª taxa negativa consecutiva, segundo o IBGE. Ou seja, o emprego só faz cair há mais de dois anos.
De janeira a novembro, a queda acumulada é de 1,1% --em novembro, houve estabilidade ante outubro.
Os dados do IBGE indicam que tal tendência deve se manter neste ano, ainda mais num cenário de juros mais elevados e consumo em desaceleração.
É que, em novembro de 2013, o indicador de horas pagas pelas empresas, visto como um antecedente de futuras contratações, recuou 0,4% ante outubro.
O resultado mais do que "devolveu" o ganho de 0,3% em outubro, quando havia interrompido quatro meses de taxas negativas seguidas.
As horas pagas são consideradas o principal indica- dor de tendência do merca- do de trabalho da indústria porque servem de termômetro para o ritmo de produção das fábricas.
Se os empresários têm de contratar mais horas extras, é um sinal de melhora no nível de atividade e de que nos meses seguintes poderá haver contratação, já que há um limite para ampliar o pagamento de horas a mais destinadas à produção.
O problema é que em todas as bases de comparação as horas pagas registram perda.
Em relação a novembro de 2012, houve queda de 2,2%, sexta taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde fevereiro de 2013.
No índice acumulado de janeiro a novembro de 2013, o total de horas pagas aponta redução de 1,2%. Já no índice acumulado nos últimos 12 meses, a queda ficou em 1,2%, o que indica retração no fechamento de 2013.
Contra a tendência
Para André Macedo, gerente do IBGE, os dados do emprego na indústria e de horas pagas "diferem" da tendência de recuperação da produção do setor, que melhorou especialmente a partir de agosto.
"Há uma predominância de resultados negativos nos últimos meses. Esse comportamento de queda do mercado de trabalho difere da recuperação mais recente da produção", diz.
Um alento à indústria é a evolução favorável do rendimento na esteira da falta de mão de obra qualificada em alguns setores. Em novembro, houve avanço de 2,6% ante outubro. De janeiro a novembro, a renda na indústria teve expansão de 1,7%.
Os indicadores mostram, no entanto, que o rendimento está em processo de desaceleração, uma vez que o desempenho é mais modesto do que o registrado em meses anteriores.
Fonte: Folha de São Paulo