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Indústria brasileira busca atrair investimentos chineses

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16/07/2014

Ampliar os investimentos chineses no Brasil em infraestrutura, agronegócio e indústria são os objetivos do Seminário Empresarial Brasil-China, organizado pela null em conjunto com a Apex-Brasil, o Conselho Empresarial Brasil-China (CCBC) e Confederação Nacional do Transporte (CNT), nesta quarta-feira (16). O evento ocorre às vésperas da visita do presidente chinês Xi Jinping, na sede da CNI em Brasília, com mais de 200 empresários chineses, dos mais variados setores, como financeiro, telecomunicações, tecnologia da informação, automotivo, alimentos, eletrônicos e de máquinas e equipamentos.

Devido ao grande interesse dos empresários chineses em negócios no Brasil, o encontro estará focado nas oportunidades de negócios, em projetos de infraestrutura e no Guia do Investidor, elaborado pela Apex. A primeira fase dos investimentos da China no Brasil ocorreu em 2010 nos setores intensivos em recursos naturais (mineração, petróleo, gás e commodities). Em 2011, os chineses passaram a se interessar em infraestrutura, distribuição de energia, veículos, bens de capital e eletrônicos. Desde 2008, as empresas chinesas anunciaram a intenção de investir US$ 70 bilhões em novas aquisições, parcerias e construções de plantas de fábricas. Até o momento, já foram desembolsados US$ 10 bilhões desse total.

Investimentos


A relação entre Brasil e China é muito importante embora esteja desigual. A China se tornou, em 2009, o maior destino das exportações do Brasil e, em 2011, o maior parceiro comercial brasileiro. Na última década, a corrente de comércio cresceu quase 10 vezes e atingiu, em 2013, US$ 83,3 bilhões. No entanto, 85% da pauta de exportação do Brasil são concentradas em minérios de ferro, soja e petróleo, e mais de 90% das compras brasileiras da China são de produtos manufaturados, em especial, bens de consumo, máquinas, partes e peças de bens do setor eletrônico.

O Seminário Empresarial Brasil-China é uma oportunidade de atrair novos investimentos e iniciar diálogos para equilibrar o comércio bilateral. Empresas brasileiras que investiram ou tentam investir na China têm relatado à CNI dificuldades com regimes que limitam a participação do capital estrangeiro e não protegem a propriedade intelectual. Essas restrições acabam por inibir o investimento brasileiro no país e reduzir as exportações de partes e peças. Uma alternativa é reduzir a limitação, imposta pela China, aos investimentos brasileiros por meio de licenças de regulação para proibir, restringir ou direcionar a entrada de capital estrangeiro no mercado chinês.

Barreiras Técnicas


Além do seminário, a CNI tem desenvolvido agenda ofensiva com a China em busca de ampliar o acesso ao mercado chinês, agregar valor às exportações brasileiras para o país e diversificar os investimentos. Num levantamento recente, a CNI listou 11 setores que esbarram em entraves ao comércio com a China. Suco de laranja, granito e café industrializado sofrem com picos tarifários. O café industrializado, por exemplo, paga a megatarifa de até 30%, e as chapas de granito desembolsam 24% a mais para entrar no país. Suas versões de produtos básicos pagam tarifas próximo a 0%. Essa diferença torna o produto manufaturado menos atrativo.

A CNI identificou barreiras técnicas e sanitárias às exportações de carnes, couros, equipamentos médico hospitalares e químicos. Assim a indústria entende que os governos brasileiro e chinês devem estreitar o diálogo para derrubar essas barreiras. No caso das máquinas e equipamentos hospitalares, a China deveria seguir os padrões internacionais definidas pelo International Laboratory Accretitation Cooperation (ILAC) e pelo Internacional Accreditation Forum (IAF) para dar maior transparência na adoção de critérios para o credenciamento dos equipamentos exportados do Brasil.

O fim das barreiras técnicas para o setor de químicos será possível se China seguir seus compromissos assumidos em seu Protocolo de Acessão à Organização Mundial do Comércio (OMC) e dar mais transparência na publicação de informações sobre os requisitos exigidos na certificação de substâncias químicas. O setor industrial também defende que o governo chinês deixe de exigir o certificado sanitário internacional para as exportações brasileiras de couro wet blue (curtido), pois não oferecem risco sanitário, além de abolir a vistoria nos portos chineses de 100% dos contêineres de couro brasileiro já inspecionados no curtume no Brasil.

Fonte: Portal da Indústria (CNI)

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