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Índice de desemprego é maior entre as mulheres

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08/03/2021

Fonte: Acrítica

Karol Rocha

No Dia Internacional da Mulher, a classe feminina não tem muito o que comemorar, mas sim, reivindicar

Neste dia 8 de março, data a qual celebra o Dia Internacional da Mulher, as amazonenses não têm muito que o comemorar, já que as estatísticas apontam que o Amazonas possui a maior taxa de desocupação entre mulheres no Brasil. O estudo intitulado “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” divulgado, na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou os dados pouco positivos.

Conforme a instituição, em 2019, a taxa de desocupação entre as mulheres era de 18,7% enquanto a taxa de desocupação entre os homens no Amazonas era de 10,3%, ou seja, 8,4 pontos percentuais a menos. O percentual de diferença na ocupação de homens e mulheres no Estado, de 8,4 p.p. (pontos percentuais) é o maior entre as Unidades da Federação.

“A taxa de desocupação entre as mulheres é quase o dobro em comparação com os homens. E o Amazonas é o estado que lidera essa diferença no país. O dado indica que, proporcionalmente, há mais mulheres desempregadas do que homens no Estado”, explicou o supervisor de disseminação de informações do IBGE no Amazonas, Adjalma Nogueira.

Outro dado que mostra grandes diferenças entre mulheres em relação a figura masculina é que, em 2019, considerando as pessoas de 14 anos ou mais, as amazonenses trabalhavam, em média, 6,7 horas por semana a mais do que os homens com os afazeres domésticos e cuidados de pessoas.

AFAZERES DOMÉSTICOS


De acordo com o IBGE, considerando gênero e corou raça, a diferença de horas trabalhadas com os afazeres domésticos e cuidados de pessoas é ainda maior: 10,1 horas por semana, para homens brancos e 17,5 horas trabalhadas por semana nestas funções por mulheres pardas ou pretas; ou seja, as mulheres deste grupo trabalhavam minoritárias entre os docentes desse nível de ensino (46,8%), em exercício e afastados. Em 2019, segundo o Censo da Educação Superior, as mulheres, no Amazonas, também representavam 46,8% dos professores de instituições de ensino superior.

Em comparação com outras Unidades federativas, o Amazonas (46,8%), ocupa somente a 17a entre os maiores percentuais de mulheres em cargos de docência de ensino superior.

Pandemia acentuou o desemprego

Segundo a vice-presidente da União Brasileira de Mulheres - UBM, Eriana Azevedo, embora a pesquisa mostre dados de 2019, a pandemia do novo coronavírus, no ano de 2020, veio para acentuar as taxas de desocupação de mulheres e ainda aumentar as horas de trabalho com afazeres domésticos e cuidados de pessoas.

Ou seja, o número de amazonenses desempregadas e a quantidade de horas de trabalho doméstico aumentaram tendo em vista a atual realidade do Estado.

“A pandemia acentuou ainda mais essas diferenças. A gente, infelizmente, vive em uma sociedade patriarcal, então a divisão de tarefas domésticas é fruto da sociedade histórica que nós construímos. O processo de desconstrução não é do dia para noite, mas a gente precisa continuar dialogando e discutindo isso dentro dos nossos lares”, ressaltou.

“Sobre o mercado de trabalho, a gente precisa de mais políticas publicas que pense nessa mulher, mais creches, por exemplo”.

Mulher na política

A pesquisa feita pelo IBGE mostra a pouca participação de mulheres amazonenses em cargos políticos. Conforme o Instituto, nas eleições de 2018 para a Câmara Federal, o Amazonas não elegeu uma única representante mulher para as oito cadeiras a que tinha direito.

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