19/07/2018

Notícia publicada pelo site DCI

Indicador que busca antecipar tendências econômicas apresentou uma ligeira queda de 0,1% entre maio e junho. Por outro lado, índice que mensura as condições atuais aumentou 2,2% no período.

De acordo com o economista do Ibre/FGV, Paulo Picchetti, esse movimento revela que a greve dos caminhoneiros em maio deste ano não teve um impacto “tão profundo” nas expectativas.

Contudo, “a recomposição do nível de atividades parece ocorrer de forma a indicar que uma reversão do ciclo econômico por enquanto é pouco provável”, disse o especialista, em nota.

Conforme divulgado ontem pela fundação e pelo The Conference Board (TCB), a queda do Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil, para 112,7 pontos, foi resultado da retração de quatro das oito séries componentes do índice, com destaque para o Índice de Expectativas do Consumidor, que diminuiu 4,5%.

Já o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE, FGV TCB) do Brasil, que mensura as condições econômicas atuais, aumentou 2,2%, no mesmo período, de 100,6 para 102,8 pontos.

Ritmo lento

Nos últimos dias, instituições e especialistas têm divulgados suas previsões para o fechamento do ano do Produto Interno Bruto (PIB). As expectativas saíram de um patamar de crescimento econômico de até 3%, para abaixo de 1,6%, reflexo da paralisação nas estradas brasileiras em maio e, com isto, da intensificação das incertezas com relação à economia e com a gestão do presidente Michel Temer.

O próprio ministro da Fazenda, Eduardo Guardia antecipou que o governo deve anunciar, no próximo dia 22, que a nova previsão para a expansão do PIB é de 1,6%. Essa também é a perspectiva do Banco Central (BC), segundo o último Relatório de Inflação.

As incertezas com a economia já existiam antes da greve dos caminhoneiros, justificadas pela frustração com o resultado do PIB no primeiro trimestre – alta de 0,4% na comparação com os últimos três meses do ano passado.

Conforme divulgado pelo DCI ontem, a partir de agora, os indicadores de confiança irão refletir com mais clareza o humor das empresas e dos consumidores com relação ao processo eleitoral, e desta forma, ditar o ritmo dos negócios.