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Indicação de Maria Silvia agrada o setor produtivo

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18/05/2016

A indicação de Maria Silvia Bastos Marques à presidência do BNDES agradou a representantes da indústria e do comércio exterior. Sua experiência à frente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a credencia para assumir a presidência do banco e é vista como vantagem por José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). "Muito melhor do que se tivesse vindo alguém do setor financeiro para desmontar o BNDES", disse Velloso. "A nossa expectativa é que não prospere a ideia do setor financeiro de desmontar o BNDES", reforçou.

Por ter vindo da indústria, diz Velloso, Maria Silvia sabe da importância do BNDES como banco de fomento para financiar investimentos de longo prazo na infraestrutura. Segundo Velloso, há hoje no Brasil um discurso "fácil e superficial" de se criticar tudo e a todos - e aí se inclui o BNDES.

"Eu não defendo juro subsidiado, mas que se preserve o BNDES que é única fonte de longo prazo com juros minimamente competitivos. O que não dá é ficar na mão da rede privada que cobra hoje capital de giro de 40% a 50% de juros ao ano", disse.

Para Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), foi a escolha de pessoa experiente e afinada com o tema. "Me parece uma boa escolha. É uma pessoa competente e com muita experiência com a coisa pública."

Barbato reconhece o papel "importantíssimo" do banco de fomento, mas ressalta que ele tem que estar muito vinculado a uma política industrial que possa colocar o país na fronteira tecnológica. "Isso seria uma mudança importante. Estávamos preocupados com política industrial antes, mas acredito que essa política precisa custar o necessário e não mais do que isso" disse.

Embora não tenha atuação direta na área de comércio exterior, Maria Silvia é vista como algo positivo por José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). "Acho um ótimo nome", uma pessoa reconhecida tecnicamente e uma boa indicação", disse.

Castro disse reconhecer a competência de Luciano Coutinho e seus oito anos à frente do banco do fomento, mas afirma que mudanças podem "criar novas visões e novas formas de pensar as coisas, o que é importante". Para ele, o cenário econômico hoje é diferente e não autoriza concessão de subsídios. "É questão de se adaptar à nova realidade, que é difícil."

Marcio Pochmann, economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, do Partido dos Trabalhadores, disse que a escolha de Maria Silvia é um retrocesso aos anos 1990. "Se o passado explica alguma coisa, significa que é uma volta aos anos 1990", disse em referência à participação da executiva no processo de privatização de estatais realizado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e na equipe econômica do governo de Fernando Collor de Mello.

Para Pochmann, a mudança no BNDES interrompe a diretriz voltada para o incentivo às empresas e ao investimento adotada por Carlos Lessa e mantida até agora com Coutinho.

Fonte: Abinee

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