14/01/2019
Notícia publicada pelo Em Tempo Online
O setor industrial do Amazonas se
diz otimista com a indicação do coronel
reformado Alfredo Menezes para
comandar a Superintendênciada Zona
Franca de Manaus (Suframa). Mas
dizem que ele terá grandes desafios à frente
da autarquia, um será recuperar o respeito e
representatividade da Suframa no cenário
nacional. Outro será buscar novos mercados
para os produtos produzidos no Polo
Industrial de Manaus (PIM) e eliminar a
burocracia que trava o Processo Produtivo
Básico (PPB) que, em muitos casos, levava
até dois anos para que a empresa tivesse
autorização para desenvolver um produto.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Júnior, é de opinião que Alfredo Menezes tem bom trânsito e boa interlocução com o governo federal, o que deve facilitar no debate sobre o PPB e outras questões de interesse da Zona Franca de Manaus (ZFM). Segundo Jorge Junior, o coronel Alfredo Menezes, por ser amazonense e doutor em planejamento, conhece a realidade da região e poderá atuar para restabelecer a credibilidade da Suframa, contribuindo para que seja aprovada a reforma tributária, além de buscar novos mercados para os produtos fabricados no PIM. Ele lembra que o coronel não é uma indicação política, é um técnico com conhecimento, tendo a confiança do presidente da República.
O presidente do Centro das Indústrias do
Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco,
também segue a linha de otimismo sobre a
indicação do coronel reformado. Ele
destacou, porém, que apesar de ter prestígio
junto ao governo federal, o coronel Alfredo
Menezes terá grandes desafios, que precisam
ser enfrentados para recuperar a imagem da
Suframa.
Um desses desafios, segundo ele, é resgatar a
representatividade da Suframa no cenário
nacional. Outro e destrava a liberação dos
PPBs, tem ainda às questões ambientais, que
em muitos casos impedem a implantação de
novos projetos no Amazonas.
Ele cita como exemplo, a exploração da
jazida de potássio para a fabricação de
fertilizantes. Esse projeto está emperrado
porque, segundo os ambientalistas, está
localizada em área indígena. O Brasil
importa 90% do fertilizante utilizado no país.
Se a indústria tivesse permissão para
funcionar no Amazonas, iria abastecer boa
parte do mercado nacional, acabando ou
reduzindo a exportação desse produto
fabricado em outros países.
Wilson Périco defende que o Amazonas
precisa interiorizar a economia, criando um novo modelo econômico para somar com o
modelo da Zona Franca. O presidente do
Cieam chama a atenção, os amazonenses não
devem esperar apenas pelas ações do novo
superintendente da Suframa, e ficar
reclamando das decisões da equipe
econômica que, segundo ele, não está contra
a Zona Franca.
“Precisamos deixar de pensar que somos o
patinho feio do Brasil. Precisamos ser mais
atuantes, mas propositivos, mostrar que o
modelo Zona Franca é um grande
contribuinte para o Brasil, econômica e
socialmente”, destacou Wilson Périco.
A confirmação do coronel reformado Alfredo
Menezes para comandar a Suframa foi feita,
na quarta-feira (9), pelo titular da Secretario
de Produtividade, Emprego e
Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre
da Costa, durante evento em Brasília, que
marcou o início das atividades do órgão, que
é ligado ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio – MDIC.
Alfredo Menezes é Doutor em Planejamento e participou de missões da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Participou também de projetos do Exército Brasileiro na região e chefiou o Comando Militar da Amazônia (CMM). Ele será o terceiro militar a administrar a Suframa.