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Incertezas no cenário macroeconômico afetam trabalhadores e o consumo

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04/07/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Dois indicadores divulgados na semana passada apresentaram um quadro desanimador em relação às expectativas do consumidor. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) detectou que o brasileiro está menos confiante em relação a emprego e endividamento. Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que a incerteza em relação à economia caiu, mas segue em patamar elevado.

O levantamento trimestral do Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) recuou para 47 pontos em junho – números abaixo dos 50 pontos mostram perda de confiança. Houve recuo de 1,4 ponto em relação a abril, na segunda queda consecutiva do indicador da CNI que, no entanto, continua acima da média histórica (46,1 pontos).

Depois de duas altas seguidas, o Indicador de Incerteza da Economia caiu 0,4 ponto entre maio e junho – de 119,5 pontos para 119,1 pontos. Mas, o componente de expectativa, construído a partir da média dos coeficientes de variação das previsões dos analistas econômicos, subiu 7,6 pontos e está em um nível historicamente elevado para o índice.

Na sondagem da CNI, o índice de expectativas em relação ao desemprego registrou variação de 54,7 pontos para 56,4 pontos; e o índice de endividamento passou de 49 para 51 pontos. Nesses casos, valores acima de 50 pontos indicam maior expectativa de demissões nos próximos seis meses e maior o nível de endividamento.

Os consumidores das regiões Norte e Centro-Oeste estão entre os mais pessimistas (50,8 para 47,7 pontos). As pessoas com maior nível escolar são as menos confiantes, assim como os brasileiros que ganham até um salário mínimo. Em ambos os casos, a retração entre um levantamento e outro foi de 2,1 pontos. Na faixa de população com idade entre 35 e 44 anos, o Inec caiu 2,7 pontos entre abril e junho, ficando em 45,9 pontos.

ENGESSAMENTO E IMOBILIDADE

No entendimento do presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho, ainda pairam dúvidas quanto ao andamento das reformas, com “claros efeitos” tanto nas decisões corporativas de investir, quanto no mercado de consumo brasileiro.

“Há um engessamento da economia em função dessa imobilidade, que produz estragos no ambiente de negócios e na sensação de bem estar do consumidor. Ainda pairam dúvidas nos processos decisórios. Mas, creio que a situação está perto de melhorar, com o encaminhamento da Reforma da Previdência”, ponderou.

CORTE NOS SUPÉRFLUOS

Embora destaque que não teve acesso aos números das pesquisas do CNI e FGV, o presidente do Sindicato das Indústrias de Relojoaria e Ourivesaria de Manaus, Amilton Cestari, concorda. De acordo com o dirigente no atual panorama econômico nacional, qualidade e preço fazem pouca diferença para o PIM – especializado em bens duráveis e dependentes de crédito – gerar resultados melhores.

“A economia está estagnada e com elevado nível de desemprego. O consumidor percebe isso e, como não como será o dia de amanhã, acaba cortando principalmente em itens não necessariamente supérfluos, mas considerados por ele não essenciais em um cenário de crise”, lamentou.

SEM MEDIDAS

Na mesma linha, o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ezra Azury, diz que, enquanto o governo não sinalizar com medidas para reduzir desemprego e destravar a economia, a situação vai ser essa. E o panorama piora em face das incertezas da Reforma Tributária, que pode prejudicar a ZFM (Zona Franca de Manaus).

De acordo com o dirigente, estudos da entidade apontam desaquecimento no consumo no curto prazo, período em que o comércio varejista contará apenas com festas juninas até o Dia dos Pais, além de um consumidor já esgotado financeiramente pelos gastos com o Festival de Parintins.

JUROS E REFORMAS

Na análise da CNI, “a queda da confiança em junho é resultado, especialmente, da piora da percepção dos brasileiros sobre o emprego e o aumento do endividamento das famílias”.

No texto da sondagem, a pesquisadora da FGV, Raíra Marotta, diz que a guerra comercial entre EUA e China, e a possível revisão da taxa de juros, alimentaram o indicador de incerteza, entre outros fatores. “O comunicado do BC ressaltou o risco relacionado às reformas. A tendência é que o indicador siga alto até que se tenha maior clareza quanto a sua aprovação”, concluiu.

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