CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Incertezas freiam novos projetos

  1. Principal
  2. Notícias

02/03/2015

Em meio a muitas mudanças no sistema econômico do país, acompanhadas de greves, paralisações e indefinições na escolha do novo superintendente, a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) conseguiu repetir a dose de 2013 e registrar um empate no número de novas empresas implantadas no parque fabril do PIM (Polo Industrial de Manaus): um total de 23 novas aquisições, um dado que, para a coordenadora da Cogec (Coordenação de Estudos Econômicos e Empresariais) da autarquia, Ana Maria Souza, demonstra que a região apresenta estabilidade na atração de novos investimentos, mesmo com os desafios econômicos que se apresentam até hoje, tanto no cenário nacional quanto internacional.

Como destaque da mais nova aquisição do PIM ela cita Bike Norte, empresa do segmento de duas rodas voltada para a produção de bicicletas. A empresa é do mesmo grupo da Bike Nordeste, que produz a marca Houston no Estado do Piauí. A empresa entra no mercado local com investimentos de mais de R$ 25 milhões com a promessa de empregar inicialmente 240 pessoas. "Outros segmentos também foram contemplados, seja com a chegada de fabricantes de bens finais, seja de componentistas. Com a prorrogação do modelo, a expectativa é de que a segurança jurídica assegurada até 2073 possibilite a atração de ainda mais investimentos à região", reforçou Ana Maria Souza.

Mas num ano em que a economia do Brasil está deixando o mercado "nervoso"e que a Suframa nem sabe ao certo quem será nomeado seu mais novo superintendente, convencer empresários a investirem em novos projetos no PIM está cada vez mais complicado, pelo menos é essa a opinião de quem atua diretamente com as empresas: os economistas consultores de projetos.

"Apesar de toda nossa experiência em ZFM (Zona FRanca de Manaus), pois atuando na consultoria industrial desde 1981, não estamos conseguindo convencer plenamente que a ZFM é uma área segura para seus investimentos". É com essas palavras que o diretor executivo da Profinco Projetos Financeiros e Econômicos, Hélio Pereira da Silva, lamenta a atual situação em que se encontram hoje os profissionais que atual na captação de novos projetos para implantação de empresas do PIM.

Em 2014, a Profinco teve apenas um projeto de implanatação de empresa aprovado, o menor já registrado por ele, que está receoso com 2015, embora já possua algumas consultas em andamento, as quais, por motivo de contrato de confiabilidade assinado, não podem ser reveladas por enquanto, sob pena de seu escritório perder o cliente. A empresa a ter o projeto de implantação aprovado pelo Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas) foi a Medag Indústria de Soluções Químicas Ltda., que entra no PIM para trabalhar com o produto químico para galvanoplastia e tratamento superficiais - solução de nitrato de paládio, nitrato de ródio e de platina - para fins industriais; entretanto, segundo o consultor, a empresa que pertence ao Grupo BASF S.A., nem sabe se vai de fato ser implantada, tendo em vista o que aconteceu na Suframa ano passado. "Greve de funcionários, a troca de superintendente, indefinição de data de reuniões do CAS (Conselho Administrativo da Suframa)", lembrou Hélio Silva, que ainda tem quatro projetos, sendo dois de diversificação e dois de implantação analisados pela equipe técnica da Suframa, aguardando aprovação desde o ano passado.

Realidade diferente


O economista e consultor de Empresas, Assis Mourão Júnior, também cita a indefinição na autarquia e a burocracia como fatores impeditivos para a criação de novos projetos para o PIM. "Essa instabilidade da Suframa e a sua burocracia atrapalha e muito a vinda de novas empresas. A autarquia pede uma série de documentos desnecessários, como a declaração de que a empresa não possui nenhum menor trabalhando, por exemplo", destacou Mourão Júnior.

No Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas) a opinião dos consultores se confirma. Dados levantados pelo Conselho, relatados pelo presidente Marcus Evangelista, confirmam que em cinco anos tem havido uma queda no número de projetos para o polo industrial, seja ele de implantação, diversificação, ampliação ou modernização.

No ano passado foram registrados 423 projetos, um número dentro da média que varia entre 400 e 450, porém dos que são aprovados na Suframa não entram em funcionamento, algumas, por falta de liberação de área industrial, enquanto existem terras sendo invadida pela população. "Tem uma fila de empresa aguardando a liberação de área industrial e às vezes tem terra, mas não tem energia", declarou Evangelista, destacando existir mais de 150 empresas com projetos aprovados, que estão esperando por uma área de terra.

"Somente os incentivos fiscais não são suficientes para atraírem as indústrias para o PIM. Há tempos que nós economistas estamos falando, inclusive, apresentando documentos para governos, que não nos ouvem. Falta integração entre governo e prefeitura, por exemplo. Nessa questão das terras a prefeitura poderia se interessar e liberar as terras que não sejam áreas para a indústria, mas que pode ser destinada sim a esse fim", alertou o presidente do Corecon-AM.

Fonte: JCAM

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House