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Importações do Amazonas perdem força em setembro

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07/10/2021

Marco Dassori

A corrente de comércio exterior do Amazonas desacelerou, entre agosto e setembro, mas seguiu firme ante 2020. A perda de força nas importações, há poucos meses do Natal e do boom da indústria, seguiu em sintonia com os desajustes no câmbio e no abastecimento de insumos do PIM. No caso das exportações, os concentrados para refrigerantes voltaram à liderança da pauta, seguidos pelas motocicletas. Mas, produtos não fabricados em Manaus e vendidos à Venezuela voltaram a ganhar destaque. É o que mostram os dados do governo federal, disponibilizados pelo portal Comex Stat.

As vendas externas do Estado totalizaram US$ 80.26 milhões e foram 3,18% mais fracas do que as de agosto de 2021 (US$ 82.90 milhões), embora tenham ficado 15,36% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 69.57 milhões) – que já pontuava ensaio de retomada para a economia amazonense. Da mesma forma, as importações não passaram de US$ 1.16 bilhão, correspondendo a um decréscimo de 4,92% ante o mês anterior (US$ 1.22 bilhão) e a uma expansão de 26,28% no confronto com agosto de 2020 (US$ 921,07 milhões).

Os números do comércio exterior amazonense, por outro lado, seguem positivos no acumulado do ano, tanto nas exportações, quanto nas importações. As vendas externas acumularam US$ 708,85 milhões, correspondendo a um aumento de 33,44% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 531,20 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no mercado estrangeiro avançaram 36,83%, ao passar de US$ 7,14 bilhões (2020) para US$ 9,77 bilhões (2021), entre janeiro e setembro de 2021.

As importações do Amazonas registradas no mês passado foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM. Os itens mais adquiridos foram circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 248.46 milhões), partes e peças para televisores, celulares e decodificadores (US$ 215.65 milhões), celulares (US$ 72.88 milhões), platina (US$ 60.74 milhões) e polímeros de etileno (US$ 54.04 milhões) e partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 34.12 milhões). Apenas o terceiro e o quarto itens da lista apresentaram números piores do que os de setembro de 2020.

A China (US$ 484.89 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 18,59% ante o nono mês de 2020 (US$ 408.86 milhões). Os Estados Unidos (US$ 116.84 milhões) vieram em uma distante segunda posição, sendo seguidos por Vietnã (US$ 115.81 milhões), Coreia do Sul (US$ 78.72 milhões), Taiwan (US$ 65.01 milhões) e Japão (US$ 42.94 milhões) entre outros. Todos os países citados avançaram na variação anual.

Concentrados e motocicletas

As preparações para elaboração de bebidas/concentados (US$ 14.10 milhões) retomaram a liderança do ranking das exportações do Estado, subindo da terceira para a primeira colocação, graças a uma alta de 53,93% sobre o mesmo mês de 2020 (US$ 9.16 milhões). Na sequência vieram motocicletas (US$ 12.16 milhões), óleo de soja (US$ 10.20 milhões), extratos de malte (US$ 8.36 milhões), açúcares de cana ou de beterraba e sacarose (US$ 6.16 milhões) e soja (US$ 5.80 milhões), entre outros.

Apesar da liderança de concentrados e motocicletas, os próximos manufaturados do PIM presentes na pauta de vendas externas de setembro só aparecem na nona e na décima posição: aparelhos de TV (US$ 1.75 milhão), na nona posição e aparelhos de barbear (US$ 1.46 milhão). Máquinas e aparelhos de escritório”, como distribuidores automáticos de papel moeda (US$ 752.476), canetas esferográficas (US$ 540.734), celulares (R$ 516.096) e isqueiros (R$ 387.958) figuram no 14º, 16º, 17º e 23º lugares, respectivamente.

A Venezuela (US$ 29.67 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, e subiu 49,92% sobre o dado de setembro de 2020 (US$ 19.79 milhões). Colômbia (US$ 10.06 milhões), Argentina (US$ 6.63 milhões), Espanha (US$ 5.81 milhões), Estados Unidos (US$ 5.05 milhões) Bolívia (R$ 3.22 milhões) e China (US$ 2.98 milhões) ocuparam as colocações seguintes. Com exceção dos EUA e da China, todos expandiram o volume de compras na comparação com o oitavo mês do ano passado. Também foi a primeira vez que a Espanha comparece entre os primeiros lugares do ranking – graças a uma compra pontual de 10.537 toneladas de soja (R$ 5.80 milhões).

Câmbio e logística

O diretor adjunto de Infraestrutura, Transporte e Logística da Fieam e professor da Ufam (Universidade Federal do Estado do Amazonas), Augusto Cesar Rocha, considerou que as variações mensais negativas de 3,18%, nas exportações, e de 4,92%, nas importações, pode ser apenas decorrente de “algum aspecto sazonal de fechamento de câmbio ou logístico”. No entendimento do especialista, a melhor notícia é que os principais subsetores, de eletrônicos (TV e telefonia) e de duas rodas (motocicletas e bicicletas) seguem aquecidos.

“Isso é ótimo. Mesmo com a desvalorização do real, a importação segue forte no Amazonas, o que pode indicar que estamos fazendo alguma substituição de importações com produção local. Pode ser um bom sinal. O único contraponto que percebo é que, talvez, o incremento nas compras externas do Polo Industrial de Manaus se deva a um aumento de lotes de importação, por conta dos problemas de logística no mundo – que levou até à parada de produção em algumas empresas do PIM”, afiançou.

Acordo e crescimento

O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, explicou que o destaque da Venezuela nas exportações amazonenses se deve a um acordo com atacadistas locais, que prevê o fornecimento de itens de primeira necessidade escassos no país vizinho, a exemplo de gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza – nenhum deles produzido em Manaus. É o que explica participação robusta de óleo de soja, extratos de malte, açucares e margarina na pauta de vendas externas do Estado.

A despeito do recuo mensal, o gerente executivo do CIN/Fieam destaca que os resultados do acumulado apontam para “uma análise mais precisa”. Por isso, calcula que as importações devem chegar a dezembro no azul, em função do aquecimento do PIM para o fim de ano. O cenário para as exportações também seria positivo, levando o Estado a encerrar 2021 com US$ 1 bilhão em vendas. Os motivos para tanto são a “desaceleração da pandemia”, a abertura de novos negócios e o próprio “aumento vegetativo” do mercado, mediante a reação da economia mundial e o avanço das vacinações.

Fonte: JCAM

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