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Impasse salarial no PIM pode resultar em greve, em 72 horas

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30/07/2013

O impasse nas negociações salariais entre trabalhadores e empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) pode paralisar nas próximas 72 horas as atividades em quatro segmentos no parque fabril local. Entidades ligadas às categorias devem se reunir hoje (30) para definir se haverá ou não um acordo. Caso as partes não se entendam, os industriários prometem uma greve que deve atingir as indústrias eletroeletrônicas, metalmecânicas, meios magnéticos e de duas rodas. 

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (29), após uma assembleia que reuniu cerca de 2.500 trabalhadores e resultou no fechamento da rua Duque de Caxias por volta das 16h, no trecho entre as vias Leonardo Malcher e Ramos Ferreira, Zona Sul de Manaus, como forma de protesto pela negativa nas negociações do dissídio coletivo deste ano.

O protesto começou logo após a assembleia geral ocorrida no fim da tarde de hoje (29), no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), quando os trabalhadores, que pedem, entre as 93 cláusulas de cunho social, administrativo e salarial, um reajuste de pelo menos 17,5% sobre o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), foram informados sobre a contraproposta patronal de elevar apenas 5,5% os salários da categoria. A proposta enfureceu os trabalhadores que saíram à rua e fecharam por duas horas a via em frente ao sindicato.

O presidente do Sindmetal, Valdemir Santana, explicou que, de concreto, o que existe é uma proposta patronal ‘indecorosa’ e ‘inaceitável’, com índices muito abaixo da realidade inflacionária do país e que não justificam os atuais índices de crescimento da economia do Estado e as metas produtivas e de faturamento das empresas no Amazonas.

Segundo ele, os empresários acenaram para um reajuste de apenas 80% do INPC, o qual foi de 6,19% em 2012, o que equivaleria a um reajuste de 5,5% para quem ganha até R$ 1.500 mensais e 0% para quem ganha acima disso. “O sindicato só senta para negociar com a margem de 17,5% de reajuste. Ou seja, queremos pelos menos 6,19% de INPC, mais 5% de aumento real e 5% de produtividade. Mas estamos abertos às negociações, que seguem até o dia 31 de julho. Hoje, durante a conversa que teremos com os empresários, vamos saber se eles estão dispostos a negociar”, explicou.

Empresários

Mas a ideia de reajuste de 17,5% não foi bem aceito pelo empresariado local, que apontam que ganho real está fora de cogitação como proposta a ser apresentada na reunião dessa terça-feira (30)l, às 10h, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com os trabalhadores.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalmecânicas de Manaus (Sinmem), Athaydes Félix Mariano, esse percentual ‘chega a ser um disparate’ ante o atual momento por que passa o segmento no PIM. “Esse aumento é impossível. Passamos por uma realidade inflacionária de 6,5% e um impacto dessa natureza na folha da maioria das empresas seria o decreto de falência. O sindicato laboral tem que entender que faturar alto não significa ter lucro. O ‘Custo Manaus’ torna proibitivo reajustes salariais dessa monta. Oferecemos até 9%, abrindo mão de várias possibilidades e vamos manter essa decisão”, explicou.

Já o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Celso Piacentini, acrescentou que o setor tem planos para, no futuro, uma política salarial em que os benefícios adicionais sejam vinculados ao aumento de produtividade e resultados. “Queremos construir com eles a busca de resultados, para na hora que a gente tiver não só lucro, mas também resultados, a gente possa oferecer um ganho real, quem sabe até maior do que eles estão pleiteando, mas tudo amarrado a resultado. Essa é a filosofia básica que a gente quer implantar. Agora, eles vão ter de ser razoáveis. Esse percentual de reajuste é impossível mesmo”, concluiu.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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