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IBGE: Indústria ainda não está em trajetória sólida de recuperação

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01/08/2017

Reportagem publicada no Valor Econômico

Apesar do melhor comportamento nos últimos meses, a produção industrial ainda não apresenta uma trajetória consistente de recuperação, disse nesta terça-feira André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além da estabilidade da indústria geral de maio para junho, Macedo lembra que metade dos 24 ramos pesquisados da indústria tiveram queda na produção no período. Somente nove setores registaram aumento de produção em junho - os três restantes tiveram estabilidade na passagem dos dois meses.

O número de produtos industriais com aumento de produção também ficou menor. Em maio, 59,4% dos produtos tinham apresentado aumento de produção frente ao mesmo mês do ano passado. Em junho, 46,1% dos 806 produtos acompanhados pelo IBGE tiveram alta de produção frente ao mesmo mês de 2016.

"Temos melhores fundamentos econômicos, como queda da inflação, o que pode contribuir para melhora nas vendas de alimentos. Também temos queda nos juros, ainda que o crédito permaneça caro. São pontos favoráveis, mas estamos longe de uma trajetória consistente para o setor industrial", disse Macedo.

Macedo lembrou que a produção industrial permanece nos patamares registrados no início de 2009 e segue 18,2% aquém de seu pico histórico, registrado em junho de 2013. "Esse distanciamento foi maior no passado, mas está longe de representar que os resultados positivos na margem tenham configurado recuperação consistente", acrescentou.

Semestre

O pequeno avanço da produção industrial brasileira nos seis primeiros meses deste ano, de 0,5%, foi suficiente para torná-lo no melhor primeiro semestre do setor desde 2013, quando avançou 3,5%. A alta também interrompeu uma sequência de seis semestres de taxas negativas.

Essa pequena melhora foi possível pelo desempenho do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (11,7%). A produção de automóveis cresceu apoiada na liberação de recursos do FGTS e melhora na renda real, mas sobretudo pelo crescimento das exportações do segmento.

Outro destaque positivo relevante no primeiro semestre deste ano foi a atividade da indústria extrativa (6%), influenciada pelos resultados da produção de minério de ferro. No primeiro semestre de 2016, a atividade aparecia com fortes perdas na pesquisa do IBGE provocadas pelo rompimento da barragem de Mariana.

Macedo disse que a taxa positiva nos seis primeiros meses mostra um resultado diferente do padrão de comportamento dos semestres anteriores, que era de queda. Ele preferiu, porém, manter cautela sobre a tendência de comportamento da produção da indústria.

“Apesar do maior ritmo de produção, estamos falando de um crescimento sobre uma base baixa. A indústria havia recuado 8,8% no primeiro semestre do ano passado. O próprio setor de automóveis passava por uma período de dispensas importantes”, frisou o gerente do IBGE. “Pela própria predominância de resultados negativos em junho é preciso cautela para falar em recuperação.”

No índice acumulado de janeiro a junho de 2017, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 51,1% dos 805 produtos pesquisados.

Entre as 13 atividades que apontaram redução na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,6%) e produtos alimentícios (-2,2%) assinalaram as maiores contribuições negativas no total da indústria no semestre.

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