11/07/2014
O pessoal ocupado caiu 0,7% na passagem de abril para maio, na série livre de influências sazonais, enquanto o número de horas pagas recuou 0,8%. Na mesma base de comparação, a folha de pagamento real teve alta de 1,9%.
“Quando se olham a intensidade das quedas de pessoal ocupado e número de horas pagas ela bate com 2009. Mas é claro que, em 2009, a crise na indústria era mais intensa”, afirma Macedo.
Em sua avaliação, tanto o emprego na indústria quanto as horas pagas acompanham a perda de ritmo gradual da indústria, mas esse movimento está “muito relacionado” ao setor automotivo, que vem sofrendo com altos estoques e, por isso, concede férias coletivas, reduzindo a produção. O setor de veículos é o de maior peso na indústria, com participação de 10%.
Já o resultado de horas pagas na margem destoa em razão dos setores extrativo e de refino de petróleo. “Em maio, as indústrias desses setores pagaram a seus funcionários participação nos lucros, o que garantiu a alta de horas pagas. Mas, ao contrário de um passado recente, estamos observando variações menos significativas de horas pagas”, afirmou Macedo.
A média móvel trimestral do número de horas pagas ficou estável em maio, após dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 0,6%. Esses resultados interromperam quatro meses seguidos de taxas positivas, período em que acumulou expansão de 2,8%.
Em relação a maio de 2013, o emprego industrial recuou 2,6%. Foi o trigésimo segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde novembro de 2009, quando a baixa foi de 3,7%. Na comparação com maio do ano passado, o número de horas pagas teve baixa de 3,3%, ao passo que a folha de pagamento real subiu 1,4%.
No acumulado do ano até maio, o total do pessoal ocupado na indústria recuou de 2,2%. Nesse período, as horas pagas caíram 2,7%, enquanto a folha de pagamento real subiu 1,7%.
Em 12 meses encerrados em maio, o pessoal ocupado assalariado caiu 1,7%, enquanto o número de horas pagas teve queda de 2% e a folha de pagamento real subiu 0,9% em igual período. “Os dados são resultado de uma conjuntura negativa da indústria”, afirmou o especialista do IBGE.
Fonte: Valor Econômico